Você entende de investimentos e sonha em se tornar dono do próprio negócio? Já pensou na possibilidade de distribuir aplicações financeiras? No Brasil, há cerca de 3 mil profissionais que ajudam as pessoas a tomar as decisões mais adequadas na hora de investir dinheiro.

Os agentes autônomos de investimento, nome dado pela CVM a esse profissional após verificar que ele preenche as condições de atuação, explicam aos clientes o funcionamento de aplicações financeiras como ações, renda fixa, fundos de investimento, fundos imobiliários, derivativos, contratos futuros dentre outros.

Esses profissionais conhecem as regras do mercado financeiro e o risco/retorno das aplicações, tiram as dúvidas e aconselham os clientes que querem investir e vêm se tornando figura fundamental no desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.

A profissão ainda tem um enorme potencial de crescimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 1,3 milhões de pessoas ganham a vida ajudando os americanos a investir e a organizar as próprias finanças. A carreira consegue conciliar remuneração atraente com prazer no trabalho.

De acordo com pesquisa do site CNN Money, o “financial advisor” (consultor financeiro) aparece em sexto lugar no ranking das profissões com os trabalhadores mais satisfeitos dos EUA. Os salários alcançam em média US$ 90,2 mil por ano, mas os profissionais melhor remunerados chegam a embolsar mais de US$ 1 milhão.

Engana-se quem acha que o mercado americano está saturado. Segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA, o número de consultores financeiros deve crescer 32% nesta década.

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Além disso, é preciso considerar a criação e melhoramento dos produtos, o que permite que o agente autônomo tenha mais e melhores opções para oferecer aos seus clientes. Quem já tiver um escritório de distribuição de investimentos estabelecido e uma carteira de clientes consolidada terá vantagens competitivas por ter saído na frente.

Quanto ganha um agente autônomo de investimento

Hoje não falta trabalho para agentes de investimento certificados. Todos os agentes precisam ser credenciados a uma corretora. Geralmente os agentes abrem escritórios próprios e recebem uma comissão pela intermediação dos investimentos.

A remuneração total do agente depende do número de clientes com quem ele mantém relação comercial e das condições do acordo fechado com a corretora sobre a comissão a ser paga por transação.

Em média, a receita anual de um agente autônomo varia entre 0,6% e 1,5% de todo o dinheiro que ele capta. Um profissional bem-sucedido que consiga montar uma carteira de clientes que, juntos, tenham um patrimônio aplicado de R$ 50 milhões, por exemplo, poderá alcançar uma remuneração anual de até R$ 750 mil.

Captar tanto dinheiro, no entanto, é só para os melhores. A remuneração total também depende muito do perfil dos clientes.

O agente autônomo também tem algumas despesas. Em geral, é necessário ter um escritório para atender os clientes. Será necessário alugar uma sala e investir na compra de computadores, telefonia e móveis, entre outras despesas.

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Perfil ideal de um agente autônomo de investimento

O agente é um grande facilitador na compra de um produto financeiro de investimento. Para desempenhar bem essa função, é necessário gostar e entender o mercado financeiro, falar bem, preferencialmente conhecer bastante gente e ter habilidade na área comercial.

O agente de investimento também será seu próprio chefe – é por isso que é chamado de autônomo. Ter perfil empreendedor, não se importar em não ter uma remuneração fixa e entender que o sucesso da empresa só depende de si mesmo são pré-requisitos necessários.

Boa parte dos agentes autônomos de investimento é graduado em Economia, Administração ou Contabilidade. Mas qualquer pessoa que entenda o funcionamento do mercado de investimentos está apta a ingressar na profissão.

O conhecimento técnico é importante para que o agente consiga convencer os potenciais clientes a investir dinheiro de acordo com suas orientações – que são sempre apoiadas nas recomendações dos analistas das corretoras de valores.

Gerentes de banco insatisfeitos com o trabalho ou com o chefe, corretores de seguros e previdência, profissionais com certificações de conhecimento em finanças ou mesmo gente que sabe investir bem o próprio dinheiro têm grande potencial para se tornar um excelente agente.

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Conhecer gente com dinheiro para investir também é outra competência desejável. Isso, no entanto, não basta. É necessário ter um perfil comercial, saber fazer uma reunião com os clientes, conseguir mostrar que entende do assunto, ser flexível para atender as demandas específicas de cada um e assumir uma postura ativa, sempre buscando novos investidores e apresentando àqueles que já fazem parte da carteira as oportunidades de negócio à medida que elas vão surgindo.

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Assim como qualquer instituição financeira, o agente autônomo também depende de credibilidade e da própria reputação para prosperar. Ser habilidoso comercialmente, ser honesto e ganhar a confiança do cliente no longo prazo ajudam a conquistar novos investidores por meio de indicações.

O bom agente autônomo não é apenas um distribuidor de investimentos, mas também auxilia no acompanhamento da carteira do investidor e na realocação do portfólio quando necessário. Ele consegue demonstrar que o cliente está em primeiro lugar – garantindo uma relação duradoura e saudável.

Por último, é importante que a pessoa que mergulha na profissão de agente autônomo tenha alguma reserva financeira para arcar com os próprios gastos nos primeiros meses após a abertura do escritório.

Enquanto não consegue montar uma carteira de clientes grande o suficiente para garantir a remuneração sonhada, pode ser necessário usar parte dessa reserva para manter o padrão de vida.

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Por exemplo, na XP Investimentos, ele auxiliam através de um programa de aceleração de negócios em até R$150.000 com premiação por novas contas. Mas o tempo joga a favor do agente autônomo.

À medida que os anos passam, o profissional poderá conquistar novos clientes sem perder os antigos, aumentando cada vez mais o bolo das comissões. Imagina um negócio que cresce 14% a.a. sem o empresário ter que fazer nada. A carteira de um AAI com investimentos em RF, cresceria isso.

Como se tornar um agente autônomo de investimento

Para exercer a profissão de agente autônomo, é preciso ser aprovado em um exame de certificação realizado pela Ancord (a associação nacional de corretoras e distribuidores).

O exame visa verificar a qualificação técnica dos candidatos a exercer a profissão e inclui 80 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas cada uma. As perguntas testam o conhecimento dos candidatos sobre o mercado financeiro, os produtos de investimento e a profissão de agente autônomo. É preciso acertar ao menos 70% das perguntas para ser aprovado.

Para realizar a prova, não é necessário possuir diploma de ensino superior – basta ter concluído o ensino médio. Pessoas condenadas por crimes financeiros, impedidas de administrar os próprios bens ou com antecedentes criminais não podem realizar o exame.

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As datas, os locais, as instruções para a inscrição nas provas e a bibliografia recomendada podem ser consultados no site da Ancord.

Após ser aprovado no teste, o agente autônomo terá que solicitar seu credenciamento na Ancord para que possa começar a exercer a profissão. O profissional terá ainda de aderir ao código de conduta profissional dos agentes e também ao código de autorregulação do mercado desenvolvido pela Ancord. As duas solicitações podem ser feitas pelo site da associação.

A divisão de funções no mercado financeiro

O agente é o responsável por ajudar diretamente os clientes a escolher aplicações financeiras. Se o investidor ainda não conhece os fundos imobiliários ou então não sabe como usar opções para proteger a carteira de ações, por exemplo, cabe ao agente tirar as dúvidas.

Ele não vai administrar os recursos do investidor, atividade que, no Brasil, é restrita aos gestores de carteiras. O agente também não vai escrever um relatório recomendando a compra ou a venda das ações porque ele não é analista de mercado (o que não impede, naturalmente, que ele repasse as análises das corretoras).

O que o agente pode e deve fazer é funcionar como uma ponte entre os analistas e os clientes. Quando a equipe de análise da corretora tiver identificado alguma oportunidade de investimento, por exemplo, o agente vai procurar o cliente e informá-lo da análise, dizendo que o papel pode estar em um ponto interessante de compra.

A decisão final sobre a realização de um investimento cabe sempre ao cliente. As ordens de compra e de venda de ativos são feitas por e-mail, chamadas telefônicas gravadas ou pelo próprio cliente diretamente através da sua plataforma.

O profissional também deve identificar o perfil de tolerância ao risco de cada cliente e indicar opções adequadas de investimento (baseado no teste de perfil fornecido pela corretora). Outra tarefa que pode ser assumida pelo agente é se informar sobre o objetivo do investimento de cada cliente e encontrar aplicações que se encaixem nessas necessidades específicas.

Por exemplo, alguém que vai comprar um carro daqui a seis meses não deveria comprar ações ou outros ativos voláteis; já quem planeja se aposentar em 30 anos tem grandes chances de ganhar mais se adicionar ativos de renda variável à carteira.

Por último, o agente também vai precisar saber o funcionamento de cada investimento, como a tributação e as limitações legais para a aplicação em determinadas classes de ativos ou fundos – há investimentos que são direcionados apenas a quem tem muito dinheiro, os chamados investidores qualificados.

Importante lembrar que o Agente Autônomo, não pode cobrar nada do cliente, a remuneração dele é toda feita pela corretora baseado em repasse dos produtos.

Os agentes autônomos são muito importantes para o desenvolvimento do mercado financeiro. Como representante de uma corretora, o agente autônomo pode abrir um escritório em qualquer cidade, por exemplo, e começar a dar cursos de investimentos para a população local. Uma parte dos alunos pode se transformar em investidores no futuro.