Vale é acusada de negligência em reassentamentos em Moçambique

Relatório de grupo de defesa dos direitos humanos informou a difícil situação de mais de 2 mil famílias deslocadas para abrir caminho para as minas de carvão

Reuters

Publicidade

MAPUTO – O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch acusou nesta quinta-feira (23) o governo de Moçambique e cinco mineradoras estrangeiras, incluindo a Vale (VALE3, VALE5), de “deficiências graves” no reassentamento de comunidades para abrir caminho para minas de carvão, deixando milhares de pessoas sem condições adequadas de moradia, alimentação e fonte de renda.

Em um relatório sobre o impacto social do boom da mineração no país africano, o grupo nova-iorquino informou a difícil situação de mais de 2.000 famílias deslocadas para abrir caminho para as minas de carvão bilionárias da Vale e da Rio Tinto.

Famílias na província de Tete têm enfrentado “interrupções significativas e persistentes para acesso a alimentos, água e trabalho” desde que foram reassentadas entre 2009 e 2011, disse o relatório.

Continua depois da publicidade

A Vale e a Rio Tinto, que tem sede em Londres, investiram cerca de 10 bilhões de dólares em minas na região.

A província do Tete, localizada no rio Zambeze, tem um número estimado de 23 bilhões de toneladas de carvão, umas das maiores reservas inexploradas do mundo.