Publicidade
SÃO PAULO – A Vale (VALE3;VALE5) reportou os números do primeiro trimestre de 2013 nesta quarta-feira (24), revelando um lucro líquido básico de R$ 6,36 bilhões.
Com isso, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 6,2 bilhões, ou US$ 3,109 bilhões – praticamente em linha com a expectativa dos analistas consultados pela InfoMoney -, que esperavam um lucro de US$ 3,2 bilhões – e acima dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam um lucro de R$ 5,4 bilhões. Este resultado, entretanto, representou uma queda de 7,6% frente ao mesmo período de 2012.
Desta forma, a companhia reverteu um prejuízo de R$ 5,72 bilhões no trimestre passado, ou de US$ 2,704 bilhões, em meio às diversas baixas que a mineradora contabilizou no período anterior.
Continua depois da publicidade
Por sua vez, o lucro operacional somou R$ 8,3 bilhões no período, sendo 36,2% maior do que no no quarto trimestre de 2012, com a margem operacional elevando para 38%. Enquanto isso, a receita operacional da companhia registrou queda de 12,9% em relação ao quarto trimestre, principalmente em função do menor volume vendido, especialmente de minério de ferro, pelotas e fertilizantes. Os preços mais altos compensaram parcialmente este efeito em R$ 1,656 bilhão.
A companhia ressaltou que, mesmo diante de uma maior queda da produção, a Vale conseguiu manter os embarques de minério de ferro ligeiramente acima do nível do primeiro trimestre de 2012. Contribuindo ainda para o resultado, esteve o aumento dos preços realizados do minério de ferro. Contudo, o acréscimo foi suavizado pela queda significativa dos preços de contratos baseados na média dos índices de preços do trimestre passado com um mês de defasagem.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrou alta de 18,39% na mesma base de comparação, um pouco abaixo da estimativa dos analistas, que esperam alta de 20,77%.
A companhia destacou ainda a elevação da receita no valor de R$ 3,8 bilhões nos primeiros três meses desse ano como parte da transação de gold streaming, que revelou valores não recebidos dos ativos metais básicos.
Confira o resultado do primeiro trimestre de 2013 da Vale:
Projeções (em US$ milhões) | 1T13 | 1T13E* | 4T12 | Variação 1T13/1T13E |
Variação 1T13/4T12 |
1T12 | Variação 1T13/1T12 |
Ebitda | 5.202 | 5.306 | 4.394 | -1,96% | +18,39% | 4.965 | +4,77% |
Lucro Líquido | 3.109 | 3.208 | -2.647 | – 3,09% | – | 3.827 | -18,76% |
*Projeções do BES, Itaú BBA, Planner Corretora e Santander |
Custos registram queda de R$ 2,68 bilhões
Já o CPV (Custo de Produtos Vendidos) somou R$ 11,438 bilhões, uma redução de R$ 2,679 bilhões em relação ao quarto trimestre e um aumento de R$ 521 milhões se comparado ao primeiro trimestre de 2012. Menores volumes e depreciação contribuíram para a queda dos custos, enquanto a variação cambial aumentou os custos em R$ 75 milhões.
As despesas de serviços contratados registraram baixa de R$ 211 milhões, a maior dentre todos os quesitos, enquanto as gerais e com administração tiveram queda de 20,1% na comparação anual.
”Os resultados alcançados até o momento são derivados de várias iniciativas que estão em curso com o objetivo de reduzir permanentemente nossa estrutura de custos. Primeiro, a redução de custo se deu através da otimização do escopo das nossas atividades – menor número de projetos e iniciativas de investimento – o que nos permite racionalizar as atividades corporativas e operacionais”, avalia a mineradora.
Já a dívida total da companhia registrou queda de US$ 355 milhões, passando de US$ 30,546 bilhões no final de 2012 para US$ 30,191 bilhões em 31 de março deste ano. A alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM Ebitda ajustado excluindo efeitos não recorrentes ficou em 1,6 vez.
Receita de minério atinge R$ 15,3 bilhões
Dentre os destaques, estão os dados de receita de minério de ferro e pelotas, que atingiu R$ 15,3 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 18 bilhões no quarto trimestre. A redução sazonal de volumes causou impacto negativo de R$ 4.260 bilhões quando comparado ao quarto trimestre.
De acordo com a companhia, os preços do minério de ferro apresentaram forte recuperação após atingir o seu nível mais baixo em 6 de setembro de 2012, influenciada pela saída de produtores de custo elevado, pelo fortalecimento da demanda chinesa e de siderúrgicas no Japão e na Europa, pela melhora nas expectativas para a economia global devido à mitigação de riscos de cauda e pelas perspectivas por novos estímulos por parte da nova liderança do país.
”Nossa expectativa para o mercado não mudou. Acreditamos que as condições de oferta e demanda resultarão em um nível de preço médio parecido ao do ano passado, o que é benéfico à nossa empresa, produtora de minério de ferro a baixo custo”, avalia a mineradora. A Vale afirmou que as perspectivas econômicas globais melhoraram, mas o caminho para uma recuperação sustentável continuará tortuoso, especialmente nas economias desenvolvidas.
Diretor-executivo da Vale acredita que resultado surpreende
O diretor-executivo de finanças e de relações com investidores da mineradora, Luciano Siani, comentou em vídeo os números da companhia, avaliando que o resultado do primeiro trimestre deverá surpreender o mercado. Com relação às projeções para o setor, Siani manteve a perspectiva de produção de 316 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano – apesar da menor produção no primeiro trimestre.
Ele destacou ainda a produção recorde de cobre e o grande crescimento de níquel e a redução dos custos de itens importantes, como de produção e de administração. Com relação aos investimentos, o montante será de US$ 16,2 bilhões, como já projetado anteriormente.