Com risco de saída iminente, V-Agro faz torcida para que ação siga no Ibovespa em 2014

Durante evento, presidente da empresa reforçou que ainda é cedo para falar sobre o assunto, mas acredita que ação VAGR3 permanecerá no principal índice da bolsa no próximo ano

Paula Barra

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SÃO PAULO – A partir de 2014, a BM&FBovespa começará a utilizar uma nova metodologia para escolher as ações que farão parte do seu principal índice de ações. Temendo um corte, como vem sendo antecipado pelos analistas, a Vanguarda Agro (VAGR3), uma das maiores produtoras agrícolas do Brasil, não economizou palavras durante evento com participantes do mercado realizado em São Paulo na segunda-feira (25), e reforçou: “torcemos para que a ação continue no Ibovespa no próximo ano”.

Para o presidente da empresa, Arlindo Moura, ainda é cedo para falar sobre o assunto. “Só saberemos o rumo do papel no dia 2 de dezembro (quando a BM&FBovespa divulgará a prévia da nova carteira do índice). Até lá, a caminhada mostra-se incerta: “pelos cálculos que fizemos, estamos dentro do Ibovespa mesmo com a nova metodologia; mas, pelos cálculos dos analistas, estamos fora”, disse. 

Segundo simulação do BTG Pactual, cinco ações devem deixar o Ibovespa, sendo substituídas por outras cinco na primeira prévia da carteira teórica do índice para janeiro e abril de 2014. A expectativa é que sejam cortados os papéis da V-Agro, a ordinária da siderúrgica Usiminas (USIM3), a ordinária da operadora de telecomunicações Oi (OIBR3), a companhia de varejo B2W (BTOW3) e a transmissora de energia Cteep (TRPL4). 

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O que esperar de 2014?
Ainda durante o evento, a Arlindo disse que a empresa pretende adquirir em 2014 áreas para aumentar seu plantio em 100 mil hectares, em uma operação que deve envolver investimentos totais de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões. 

Os recursos poderão vir com um aumento de capital ou com a criação de uma empresa específica, disse o presidente da Vanguarda Agro. “O que não faremos é tomar dívidas, compraremos terras com a entrada de recursos”, reforçou.  

Na atual temporada, 2013/14, a área plantada soma 290 mil hectares, informou a empresa. O anúncio da Vanguarda vem após a empresa relatar no início do mês prejuízo de R$ 66,5 milhões no terceiro trimestre, contra perdas de R$ 17,1 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa teve Ebitda (indicador do desempenho operacional) negativo de R$ 45,6 milhões no período, contra resultado positivo de R$ 4,8 milhões de um ano antes.