ChatGPT: como surfar a inteligência artificial no mercado de ações?

Bruno Zangari, da TEx, e Murilo Freiberger, da Dahlia, acreditam que a tecnologia é o "novo Iphone" e deve trazer oportunidades aos investidores

Rafaella Bertolini

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O ChatGPT atingiu 100 milhões de usuários em tempo recorde, com apenas dois meses de lançamento. Desde então a plataforma de inteligência artificial (IA) generativa – segmento da geração de conteúdo – continua sendo um dos assuntos mais quentes do momento.

Bruno Zangari, co-fundador da TEx, e Murilo Freiberger, membro da equipe de gestão da Dahlia Capital, foram entrevistados pelo Stock Pickers para falar um pouco mais sobre a tecnologia e quais empresas devem se beneficiar dela.

Momento Iphone da IA

O uso de robôs para criação de textos não é uma novidade. No entanto, o grande diferencial inaugurado ao público com o ChatGPT está na maneira como ele interage. A ferramenta criada pela OpenAi funciona de forma não programada, sem textos ou um cenário pronto, diferentemente da inteligência discriminatória, que identifica e seleciona padrões.

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“A gente sabia que inteligência artificial existia e há muito tempo se falava nela, o que o ChatGPT fez foi trazê-la a público, para próximo do usuário final”, explica Murilo Freiberger. “A velocidade com que ele (o chat) foi trazido e adotado, mostra o tamanho da demanda por tal e como vai ser utilizado em diversos setores”, complementa.

Ainda considerando o “hype” em torno do assunto, Zangari afirma que estamos no “momento Iphone da Inteligência Artificial” e compactua com a tese de que IA equivale ao que energia elétrica foi no século XX, pois existem infinitas aplicações, e, em um futuro próximo, tudo vai ser distribuído por ela.

Outro ponto ressaltado é que, dado o salto que a IA deu, questões como “se dentro de 2050 anos a inteligência artificial estará com capacidade humana para execução de tarefas” evoluíram para para um futuro muito mais próximo, aponta Freiberger.

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Implementação da Inteligência Artificial em empresas

Entre os dois convidados, é consenso de que a inteligência artificial pode liberar o potencial humano para realização de tarefas que adicionam mais valor do que aquelas que a tecnologia já pode cumprir.

Impactos no setor de tecnologia

“Hoje IA é um dos temas mais interessantes, não apenas para o setor de tecnologia, mas no mercado financeiro global”, conta Murilo. Segundo o executivo, após anos de bull market e recessão pautando os assuntos, esse tema trouxe uma série de novas discussões do lado técnico e de potencialidade que as empresas podem fazer que chega a trazer euforia para os possíveis desdobramentos futuros.

Para exemplificar, do lado de tecnologia, o executivo traz a disputa direta entre as gigantes Microsoft e Google na tentativa de trazerem a ferramenta da melhor maneira para o usuário final.

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A Microsoft é investidora da OpenAI e visa “plugar” a tecnologia para trazê-lo ao seu consumidor. O primeiro passo foi por meio de seu buscador Bing, além do Copilot para Word e Excel.

Já o Google, além de implementar no Google Documents, traz a tecnologia para aprimorar o próprio buscador (Google).

Além disso, para que tais implementações sejam viáveis, o desenvolvimento e investimento de hardwares e poder computacional crescem muito, tornando essa uma outra área beneficiada pelas inovações em curso.

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Para sintetizar, Murilo diz que “o impacto vai se derivando para setor de serviço, banco, advocacia, sendo difícil conseguir estimar o impacto total, mas olhando para Bolsa hoje, as empresas de tecnologia norte-americanas são as maiores beneficiárias hoje”.

Como surfar esse momento

O investidor bem sabe que o cenário macro não está favorável em nenhum canto do mundo. Bruno Zangari afirma que “o mercado está todo embriagado, só o que está sendo discutido e operado é conjuntura. Por isso, para quem tem ‘estômago’, os impactos da IA ainda não estão precificados”.

Sobre a precificação, Freiberger diz que “difícil estimar, mas é possível que o mercado, dado tudo que tal avanço na tecnologia oferece, não tenha noção do tamanho da revolução que está em curso”. Assim, ele também acredita que tal tecnologia não está no preço.

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Durante o episódio os convidados também analisaram empresas como Tesla, Google, além de terem trazido explicações detalhadas sobre cibersegurança. Não deixe de conferir o programa no YouTube do Stock Pickers (pelo vídeo acima), ou na plataforma de áudio da sua preferência.

Stock Pickers ​​

O Stock Pickers é o maior podcast sobre ações do Brasil. O programa reúne gestores, analistas, traders e investidores em um debate sobre mercado e tudo que impacta em seus movimentos.

Já recebeu nomes como Luis Stuhlberger, sócio-fundador da renomada gestora Verde Asset e um dos maiores gestores do país; Andre Jakurski, fundador da JGP, uma das maiores e mais vencedoras casas de gestão de recursos do Brasil; Leda Braga, doutora em engenharia mecânica, fundadora, acionista majoritária e CEO da Systematica Investments e mulher brasileira com a carreira mais consagrada no mercado financeiro; e outras inúmeras personalidades consagradas do ramo.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.