Antigo fã, André Jakurski da JGP zera posição em OIBR3: “A Oi não vale quase nada”

Principal gestor da JGP comenta o motivo pelo qual se desfez de uma das suas posições favoritas no episódio 176 do podcast Stock Pickers

Rafaella Bertolini

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Depois de seis anos de espera, os investidores puderam acompanhar o fim da recuperação judicial da Oi (OIBR3;OIBR4) nesta semana.

A 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou, na quarta-feira (14), o fim do processo que envolvia a operadora de telefonia. Os papéis da empresa listados na B3 dispararam na sessão pós-decisão. Não podia ser diferente: as ações ordinárias subiram 29,41% na quinta-feira (15) e as preferenciais, 52,27%.

Mesmo com a empresa conseguindo deixar para trás o capítulo da recuperação judicial, feito que poucas conseguem no Brasil, alguns gestores não estão muito otimistas com o papel. É o caso do lendário André Jakurski, sócio-fundador da JGP Asset Management, uma das primeiras e mais reconhecidas gestoras de fundos do País.

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Jakurski foi entrevistado no podcast Stock Pickers poucas horas antes do anúncio de que a Oi havia superado um dos episódios mais difíceis da sua história. Sua opinião a respeito da companhia, no entanto, permanece a mesma.

“Quando ouvi [durante o Oi Investor Day de julho de 2021] que eles estavam projetando uma dívida sobre Ebitda de seis vezes após a venda da Oi Móvel e da InfraCo [atual V.tal], vendi tudo, porque a empresa não foi sincera com os investidores”, disse durante o episódio.

Ter zerado a posição em Oi tem um significado especial no caso de Jarkurski, um conhecido “fã” do papel. A JGP, aliás, tinha uma grande exposição às ações da companhia. Até que a empresa divulgou projeções para 2024 e 2025 muito distantes do considerado razoável.

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Para Jakurski, a empresa não vale nada atualmente. “A Oi não vale quase nada e vai precisar se reestruturar, porque a situação dela é complicada”, comenta.

Sobre o fim da recuperação judicial, Jaskurski complementou: “A [saída da] recuperação judicial não indica que ela está salva”, disse.

Isso porque, conforme explica o gestor, antes da nova lei da recuperação judicial, o credor é quem sofria as maiores consequências, enquanto o acionista tinha mais margem. Hoje, os credores podem apresentar um plano de reestruturação. “No caso da Oi, acho que se houver uma reestruturação, os acionistas vão virar zero”, diz.

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Para conferir a análise de Jakurski sobre Petrobrás e a leitura do gestor para o Brasil 2023, assista ou ouça o episódio #176 do Stock Pickers.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.