Além da análise fundamentalista: qual a melhor estratégia para superar o desempenho da Bolsa brasileira?

Renato Naigeborin, da EnterCapital, Fábio Motta, da DAO Capital, e Francisco Muniz, da Encore, trazem diferentes abordagens para investimentos

Rafaella Bertolini

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Dentro da Bolsa de Valores existem diversas abordagens para elevar a rentabilidade dos investimentos. Colocar diferentes teses para dialogar lado a lado é essencial na hora de compreender as diferenças e similaridades entre cada modelo.

Para ajudar a desbravar as inúmeras “escolas do mercado” o podcast Stock Pickers recebeu no episódio 162 Renato Naigeborin, sócio-fundador da EnterCapital, Fábio Motta, CIO da DAO Capital, e Francisco Muniz, analista quantitativo da Encore. Cada um deles é representante de estratégias diferentes entre si, e alternativas às linhas mais populares de investimento: o quantitativo, Factor e Quantamental Investing.

Factor Investing 

Factor Investing é a metodologia que pretende perceber quais são os elementos que determinam o retorno de qualquer tipo de ativo, desde ações, até imóveis e títulos de renda fixa.

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“O que fazemos na DAO é justamente tentar identificar quais são os fatores que melhor explicam o retorno das ações brasileiras e que vão te ajudar a detectar os melhores papéis”, afirma Fábio Motta.

Para realização destas análises, a DAO tem como princípio 4 fatores que explicam quase todo o retorno: preço da ação, qualidade, price momentum e o fator de volatilidade.

Quantitativo 

O Quant, ou quantitativo, engloba tudo aquilo que pode ser quantificado e que se vale de uma série de elementos passados. “Passado não é garantia de futuro, mas dá boas dicas de como os ativos se comportam”, complementa Renato Naigeborin, da EnterCapital.

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Assim como o Factor Investing, no Brasil o fundo quantitativo ainda é incipiente, enquanto no exterior o movimento é contrário, sendo que, dos dez maiores hedge funds, oito deles são Quant. De acordo com Naigeborin, parte desta causa se dá pela composição da Bolsa brasileira, que possui menos ativos, menos dados e menor liquidez. Por isso, exige uma união mais sofisticada entre rigor técnico e experiência de mercado para esse tipo de fundo.

Quantamental

Um pouco diferente dos modelos anteriores, a proposta da Encore ao introduzir o Quantamental, é fazer a união do quantitativo e fundamento. Ou seja, não trabalham com modelos automatizados, mas sim com dados específicos para os analistas aplicarem em suas teses. Essas informações podem contribuir para diminuir os vieses nas análises qualitativas.

Por exemplo, a partir do modelo é possível acompanhar o crescimento de uma empresa que sugeriu a abertura de determinado número de lojas durante o trimestre antes mesmo do fechamento do período, além de todos os detalhes que envolvem sua ampliação.

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Dados que, para Francisco Muniz, analista quantitativo da Encore, “não obrigatoriamente afetam o preço da ação hoje, mas podem, em algum trimestre, ser o diferencial para aquela empresa”.

Qual a melhor estratégia 

Com diferenças e semelhanças entre si, cada modelo ocupa seu espaço e traz suas vantagens e desvantagens. Para compreender cada uma delas e como funcionam no mercado nacional, confira o episódio 162 do Stock Pickers assistindo ao vídeo acima.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.