Uso diário de protetor solar pode economizar mais de R$ 2,5 bi ao SUS, diz estudo

Dados da Kenvue mostram que o hábito pode prevenir mais de 113 mil casos de câncer de pele em 15 anos e gerar retorno econômico de até 18 vezes

Victória Anhesini

Mulher passando protetor solar na praia. Foto: Freepik/pvproductions
Mulher passando protetor solar na praia. Foto: Freepik/pvproductions

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O uso regular de protetor solar poderia economizar mais de R$ 2,5 bilhões ao sistema público de saúde brasileiro em cinco anos e evitar até 113.444 casos de câncer de pele não melanoma em 15 anos, segundo um estudo da Kenvue e apresentado no Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia.

O levantamento também mostra que o retorno médio do investimento (ROI) do uso contínuo do protetor solar seria de 7,8 vezes, podendo chegar a 18,9 vezes, com impacto econômico positivo já no segundo ano de uso. Em cinco anos, o retorno seria de até 4 vezes.

De acordo com o estudo, o uso diário de protetor solar representa uma das estratégias mais eficazes e de baixo custo para reduzir casos de câncer de pele e aliviar os gastos públicos com tratamento. 

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O modelo utilizou os dados epidemiológicos brasileiros do Global Cancer Observatory, assim como estimativas internacionais sobre a eficácia do protetor solar, e custos médicos ajustados pela inflação. As simulações também consideraram diferentes faixas etárias e níveis de exposição solar.

A Kenvue é uma empresa americana originada da divisão de saúde do consumidor da Johnson & Johnson, e dona de uma marca de protetor solar.

Número de casos

O câncer de pele é um dos tipos mais comuns e de crescimento mais rápido no Brasil, mas também um dos mais preveníveis. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que o Brasil tenha mais de 220 mil novos casos de câncer de pele anuais dentro do triênio 2023-2025.

Dessa previsão, 31,3% serão de câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum. Os números reforçam o que os dermatologistas tentam alertar sobre a doença durante a campanha, uma vez que aproximadamente 185 mil pessoas por ano são afetadas por ela.

Segundo Eleonora Carreira, gerente de Assuntos Médicos da Kenvue, a pesquisa busca oferecer evidências concretas para subsidiar políticas públicas e ações de prevenção.

“Queremos ir além da conscientização. Esta ferramenta oferece uma maneira concreta de apoiar profissionais de saúde, formuladores de políticas e a sociedade com evidências claras do valor dos hábitos preventivos e da importância do acesso”, afirmou.

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Ela ressaltou que o Brasil, devido à sua geografia e altos níveis de exposição solar, tem uma das maiores incidências de câncer de pele do mundo.

Autoexame

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que 90% dos casos de câncer de pele podem ser curados quando o diagnóstico é feito precocemente. Para aumentar as chances de detecção, a entidade recomenda a realização de autoexames e o uso da chamada Regra ABCDE, que ajuda a identificar pintas e manchas suspeitas.

A regra segue:

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A SBD ressalta ainda que outros sinais merecem atenção, como nódulos, áreas inchadas, feridas que não cicatrizam, alterações no brilho da pele e histórico familiar de câncer de pele. Diante de qualquer suspeita, a orientação é procurar um dermatologista para avaliação especializada.