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SÃO PAULO – O Santander Brasil (SANB11) apresentou um resultado consistente e em linha com as expectativas do mercado, mas não empolgou. O mercado esperava números ainda melhores e, no fim das contas, e “puniu” a ação com desvalorização de 5%.
“Foi a primeira vez em vários trimestres que o Santander não conseguiu nos surpreender”, relatam os analistas do Bradesco BBI, destacando a deterioração na qualidade dos ativos na carteira de empréstimos corporativos devido a um caso específico não revelado pelo banco.
O Santander anunciou um lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio de aquisições, de R$ 3,108 bilhões no terceiro trimestre deste ano, valor 20,2% a mais do que no mesmo período de 2017 e em linha com as projeções do mercado. Para os analistas do Morgan Stanley, o resultado foi “apenas ok”.
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O resultado sem brilho também foi alvo de comentários dos analistas do BTG Pactual, que mencionaram as expectativas elevadas para o Santander em virtude de seu valuation “premium”. Além disso, a maior taxa de inadimplência colaborou para uma leitura negativa do resultado, segundo os analistas do Itaú BBA.
A margem financeira de crédito ficou estável no trimestre, refletindo um menor spread de crédito, crescimento da carteira de 2,7%, menores receitas de tarifas (-3,3%), devido a revisões de preços e menor atividade do mercado de capitais e despesas estáveis de provisão e 0,10 pp a mais de inadimplência, que atingiu 2,9%.
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“Os resultados mostram que o Santander está enfrentando uma concorrência mais acirrada e que deve se intensificar em 2019”, afirmam os analistas da XP Research em relatório a clientes. A recomendação do time segue neutra, assim como os analistas do Bradesco BBI.
A carteira de crédito ampliada do banco foi a R$ 380,713 bilhões ao final de setembro, incremento de 3,4% ante o fim de junho. Na pessoa física, o crédito alcançou saldo de R$ 125,336 no período, alta de 4,6%. A carteira de pessoa jurídica totalizou R$ 125,823 bilhões.
“O crescimento do crédito continua forte e à frente da concorrência, crescendo 13,5% na comparação com um ano antes e 2,7% em relação ao trimestre passado, com um mix positivo, impulsionado principalmente por pessoas físicas e financiamentos ao consumidor”, observam os analistas do Brasil Plural.
O balanço do terceiro trimestre não foi bem recebido pelo mercado, mas há quem avalie que os resultados do Santander Brasil seguirão positivos. O Bradesco BBI, por exemplo, acredita que o banco deva apresentar resultados fortes diante da compressão da curva de juros, o que deve trazer fortes ganhos em tesouraria, como ocorreu nos últimos três meses. Porém, desta vez, o banco não surpreendeu – e a ação sentiu o baque negativo.