Santander só não está pior por não se associar extremamente à Espanha

Empiricus reiterou recomendação de venda das ações do banco, cientes de que o valuation tornou-se ainda menos favorável

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Santander (SANB11) não está em situação confortável, mas consegue evitar o pior exatamente por evitar associar-se extremamente à Espanha, que está com seu rating próximo da condição de lixo, aponta a Empiricus. As recentes declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, reforçam a recomendação de venda das ações do banco, enfatizam os analistas Rodolfo Amstalden e Roberto Altenhofen.

Segundo o ministro, o Santander não vai quebrar porque a Espanha não vai deixar. O que levanta a questão: o governo espanhol deixou o Bankia quebrar? Não, mas talvez o Bankia deixe a Espanha quebrar.

Para os analistas, o grupo Santander tem conseguido conservar seu rating acima da nota soberana, exatamente porque possui diversificação geográfica e ser capaz de aliviar o impacto das dívidas espanholas em seu balanço. 

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Com isso, Amstalden e Altenhofen reiteram sua postura de cautela com as ações da companhia, cientes de que o valuation tornou-se ainda menos favorável após a alta de 3,5% no acumulado do ano, enquanto os seus pares Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) registram desvalorizações perto das casas dos 20%.

Além disso, eles não veem sentido em pagar ganhos de 8 vezes por um ROE (Retorno sobre o Patrimônio) de 14% junto a um crescimento mediano da carteira de crédito, por vezes incentivado em detrimento de qualidade dos ativos.