Ufa! Dilma mostra que cenário de pesadelo não está se desenrolando, diz Forbes

Em entrevista à Bloomberg, presidente deu ênfase que está apoiando o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destaca a Forbes

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A entrevista da presidente Dilma Rousseff à agência de notícias Bloomberg repercutiu no mercado no final desta semana e, segundo a revista Forbes, trouxe uma boa notícia em especial. E a boa notícia é a ênfase da presidente na confiança que ela tem no trabalho do ministro Joaquim Levy, conforme destaca o colunista Kenneth Rapoza.

“Levy é muito importante para o Brasil hoje e ele está muito determinado”, afirmou a presidente o que, segundo a revista, mostra que “ela não irá demitir o ministro”. A Forbes ressalta que tem havido muita especulação nos últimos que Levy, que já foi secretário do Tesouro e diretor superintendente da Bradesco Asset Management, seria demitido. 

O artigo ressalta que Levy foi levado para o governo através do antecessor de Dilma e representa o capitalismo pragmático do ex-presidente Lula,  algo que não ocorre com a a atual presidente. “Dilma é mais um tecnocrata que acredita que o governo, o seu governo, sabe exatamente o que está fazendo”, afirma Forbes.

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Mas o mercado ainda está reticente sobre a convicção da presidente em ter colocado Levy na pasta: “ela realmente não acredita em Joaquim Levy, ele não faz o estilo dela”, afirmou à revista Fernanda de Lima, CEO da Gradual Investimentos. “Ela foi forçada a colocá-lo na pasta de forma a não perder o grau de investimento. Ela acha que o Banco Central não deve ser independente. Ela acredita na intervenção nos preços das commodities. Ela não tem a perspectiva de como a economia global funciona hoje”, completou.

Essa é a visão do mercado. Mas todos esperam que ela mude, ainda mais levando em conta a crise política. O índice de aprovação de Dilma é de menos de 15%, conforme ressaltam as últimas pesquisas de popularidade. Enquanto isso, a economia vai entrar em recessão este ano, a Petrobras está envolvida em um escândalo de corrupção e que pode levar junto diversos políticos. Além disso, empresas de construção, caso da OAS e da Galvão Engenharia, entraram com pedido de falência esta semana.

“Dilma está pronto para um reinício, e sua entrevista à Bloomberg é mais uma prova disso”, afirma a Forbes.

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A revista ressalta que ela não quer destruir o seu partido político, um partido que já foi creditado pela maioria como o que ajuda os mais pobres e fazer com eles ascendam para a classe média. Essa classe média foi às ruas com mais freqüência ao longo dos últimos 18 meses, pedindo a derrubada de Dilma e lamentando os escândalos políticos do país.

Dilma disse à Bloomberg que ela apoia Levy, que deveria servir como uma coisa a menos para os investidores que se preocupar. “O cenário de pesadelo não está se desenrolando. Ufa”, conclui a Forbes. 

Confira a entrevista de Dilma Rousseff à Bloomberg na íntegra clicando aqui

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.