Temer é vaiado no Rio ao falar sobre feitos do governo; assista ao vídeo

Ao fim do discurso na Enaex, presidente ouviu gritos de "Fora Temer", mas buscou ignorá-los

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O presidente Michel Temer foi vaiado, na manhã desta quarta-feira (9), ao final de seu pronunciamento durante a solenidade de abertura da 36ª edição do Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), no Centro do Rio de Janeiro.

Durante o pronunciamento do presidente, um dos espectadores levantou uma placa com os dizeres “Fora Temer Golpista. Eleições gerais”, sendo seguido por outros na plateia. Já ao fim do discurso, Temer também foi vaiado e ouviu gritos de “Fora Temer”. Ao ser vaiado, o presidente registrou uma leve expressão de espanto, mas depois buscou ignorar os protestos. 

Durante o evento, Temer enfatizou que não haverá aumento na alíquota do Imposto de Renda sobre Pessoa Física, reforçando a nota divulgada ontem (8) pelo governo de que essa proposta não seria encaminhada ao Congresso. “Não é verdade, não haverá aumento. Absolutamente, não haverá”, disse o presidente. 

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Temer destacou ações do governo no incremento do comércio exterior e afirmou que o Brasil, na presidência do Mercosul, trabalha para concretizar o acordo bilateral com a União Europeia. O presidente destacou as reformas em discussão no Congresso Nacional e disse que traçou uma agenda com líderes partidários para concluir as reformas política, da Previdência e tributária até o fim deste ano.

“Ajustamos essa pauta para esse semestre. Se chegarmos ao final deste ano e tivermos completado o ciclo das reformas com essas três que apontei, teremos um 2018 mais próspero e mais desenvolvido no nosso país”, disse o presidente. “Como nosso desejo é apresentar ao mundo um governo reformista, estamos empenhados em três reformas fundamentais”, disse ele, que enfatizou a urgência específica da Reforma da Previdência. “Se não for feita agora, haverá de ser feita daqui a dois anos ou três anos, porque daqui a três, quatro anos, se não a fizermos, só teremos dinheiro para pagar os salários e as pensões”. 

O presidente disse que seu governo optou por medidas que trarão reconhecimento no futuro em vez de “medidas populistas” que recebem aplausos, mas aumentam gastos. “São aquelas que, introduzidas hoje, ganham aplausos amanhã, e causam desastre depois de amanhã”, disse ele, que afirmou acreditar que a agenda de reformas fará o desemprego cair.

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O presidente disse que a primeira preocupação de seu governo foi informar aos brasileiros sobre a real situação das contas públicas e, por isso, propôs o teto dos gastos públicos, aprovado pelo Congresso Nacional. 

(Com Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.