Taxação de super-ricos já tem apoio de alguns países europeus, diz nº 2 da Fazenda

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, nações europeias apoiam "linhas gerais" da proposta de tributação das grandes fortunas, apresentada pelo ministro Fernando Haddad

Equipe InfoMoney

Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a proposta de taxação dos super-ricos, apresentada na quarta-feira (28) pelo Brasil ao G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana), ainda deverá ser estudada, mas já conta com apoio de alguns países europeus.

“Esse debate, que nasce hoje, deve frutificar e gerar diálogos. É claro que pode ter uma reação [contrária], mas, pelo que a gente já conversou nas reuniões bilaterais, os países europeus já nos apoiam em linhas gerais com essa proposta”, afirmou o número 2 da Fazenda.

Na abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20 no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), propôs que as nações de todo o mundo se unam para taxar as grandes fortunas.

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“Precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos. Além de buscar avançar as negociações em andamento na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e ONU [Organização das Nações Unidas], acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá constituir um terceiro pilar da cooperação tributária internacional”, disse Haddad.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que mudou as regras de tributação para aplicações financeiras mantidas por brasileiros no exterior e instituiu a cobrança do chamado “come-cotas” para fundos exclusivos.

Em um dos intervalos do evento, realizado no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, Durigan afirmou que a proposta do Brasil visa a eliminar privilégios e corrigir distorções. “O mundo precisa se coordenar. Um dos mecanismos, que nasce de um consenso, é que o mundo precisa se financiar. Existe esse diagnóstico. Temos que começar de uma maneira simplificada”, destacou.

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“Sabemos que é um momento geopolítico tenso. No nosso ponto de vista, presidindo a Trilha Financeira, nos importa ter foco no que é importante para a economia. A discussão da desigualdade foi toda refletida nos diálogos de hoje. A discussão da transformação ecológica: o mundo precisa disso. A transformação ecológica é a pauta de desenvolvimento. E o Brasil tem uma oportunidade única neste momento”, concluiu.

(Com Agência Brasil)