Supremo confirma decisão que proibiu uso de benefícios sociais para bets

Na quarta-feira (13), o ministro Luiz Fux havia determinado que o governo adotasse “medidas imediatas de proteção especial” que impeçam o uso de recursos de programas sociais para bancar apostas

Agência Brasil

Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF)
Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF)

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (14), validar a decisão individual do ministro Luiz Fux que determinou medidas para impedir que beneficiários de programas sociais façam apostas em sites de “bets” (apostas on-line)

A liminar foi julgada pelos demais ministros durante sessão virtual da Corte.

Na quarta-feira (13), Fux, que é relator do caso, determinou que o governo adote “medidas imediatas de proteção especial” que impeçam o uso de recursos provenientes de programas sociais e assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), para bancar apostas. 

Na decisão, o ministro também determinou que as regras previstas na Portaria nº 1.231/2024, do Ministério da Fazenda, sobre a proibição de ações de comunicação, de publicidade e propaganda e de marketing dirigidas a crianças e adolescentes tenham “aplicação imediata”.

A liminar do ministro foi concedida após a audiência pública realizada pelo STF para ouvir especialistas sobre os efeitos da proliferação das apostas na economia e na saúde mental dos apostadores.

O processo que motivou o debate foi protocolado na Corte pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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A entidade questiona a Lei 14.790/2023, norma que regulamentou as apostas online de quota fixa. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas. Além disso, a entidade cita que o crescimento do endividamento das famílias.

De acordo com levantamento divulgado em agosto deste ano pelo Banco Central (BC), os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets.