Seja para 2016 ou para 2018: quem está saindo na frente para ser o novo presidente?

BTG analisou resultados da pesquisa Ibope sobre 2018, enquanto Eurasia traçou cenário caso TSE convoque novas eleições - o resultado é: brasileiros ainda esperam por um novo nome

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As últimas semanas foram repletas de pesquisas que já traçam um cenário sobre 2018, quando ocorrerão as próximas eleições presidenciais. E, nesta semana, o banco BTG Pactual voltou os seus olhos para a pesquisa Ibope, enquanto a consultoria de risco político Eurasia se debruçou sobre a Ipsos.

O resultado: mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em baixa e diversas opções apontadas para o próximo pleito, a conclusão que se chega é uma. Dado o forte índice de rejeição de boa parte dos candidatos a candidato, os brasileiros ainda procuram por um candidato.

O Ibope divulgou pesquisa nesta semana mostrando que a ex-senadora Marina Silva possui o “maior potencial” de votação, com 41% entre aqueles que poderiam votar e aqueles que votariam nela, ante 40% do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Segue a lista o ex-presidente Lula (PT), com 33% de votos potenciais, José Serra (PSDB-SP) com 32% e o também tucano Geraldo Alckmin com 30%. Por mim, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 19%. 

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A pesquisa Ibope também mostrou que os recentes acontecimentos políticos têm impulsionado a taxa de rejeição de Lula, que subiu de 55% para 61%. Porém, a rejeição aos seus potenciais adversários varia dos 42% de Marina Silva aos 52% de José Serra, com Aécio Neves (44%), Geraldo Alckmin (47%) e Ciro Gomes (45%) no meio – incluídos aí os 7% de eleitores que rejeitam todos os seis. 

Assim, avalia o BTG, Marina e Aécio seguem na dianteira com os maiores percentuais de votos, mas a dianteira não é muito grande e é atribuída principalmente à última disputa presidencial e ao “recall” visto por parte da população, quando ambos deles se opuseram ao governo atual. Aécio aparece atualmente como o nome mais competitivo do PSDB – com menor rejeição e maior potencial de intenção de voto.

E, embora Lula tenha a maior taxa de rejeição, elas também são bem significativas para os outros supostos candidatos presidenciais, aponta o BTG, o que leva à conclusão de boa parte dos brasileiros está insatisfeita com as opções que aparecem atualmente.  

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Levando em conta o grau de insatisfação com a política atual, a eleição de 2018 pode abrir espaço para candidatos “não-tradicionais”; porém, ainda é muito cedo para fazer essas projeções, aponta o BTG. 

“Em um segundo turno hipotético entre Aécio Neves e Marina Silva, os candidatos com maior potencial de voto e com as taxas de rejeição mais baixas, acreditamos que Marina poderia ser vista como uma política não-tradicional e que pode ser capaz de capitalizar sobre a atual crise política e econômica. Levando tudo em conta, o simples fato dos institutos de pesquisa estarem discutindo as eleições presidenciais de 2018 tão precocemente ressalta o quão pouco se espera da atual administração”.

2016: também a procura de alguém…
A Eurasia traz o mesmo raciocínio, mas trazendo um cenário hipotético para este ano caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) convoque novas eleições. A consultoria divulgou um relatório logo após a prisão do marqueteiro do PT João Santana no âmbito da Operação Lava Jato em que destacou que há uma probabilidade de 20% do Tribunal convocar um novo pleito. Mirar Santana é significativo e reforça a avaliação da Eurasia de que as chances do TSE chamar novas eleições estão aumentando, mesmo que ainda seja improvável.

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Também no caso da convocação de novas eleições, a demanda por um candidato fora dos quadros políticos tradicionais seria grande. “Se as eleições ocorrerem, o mercado reagiria de uma forma inequivocadamente positiva. Um novo presidente teria um novo mandato e a capacidade de reunir uma coalizão capaz de realizar reformas econômicas. O aprofundamento da crise fiscal também gerou um reconhecimento entre as lideranças do PSDB, PMDB e até mesmo de segmentos do PT para a necessidade de combater a rigidez da despesa pública. Como resultado, quem emerge como o candidato vencedor em 2016 seria o mais provável para entregar a reforma pró-mercado”.

E a Eurasia completa: “dito isto, se as eleições acontecessem este ano, nós provavelmente não iríamos visualizar o candidato do PSDB, Aécio Neves, como o principal candidato. A ampla vantagem eleitoral que ele tem desde 2014 tem-se perdido em meio à raiva crescente dos eleitores em relação a todos os políticos”.

A consultoria lembra da última pesquisa da Ipsos, em que o número de eleitores que não se identificam com nenhum partido político subiu para 82%. Com a “raiva anti-establishment” muito alta, alguém como Marina Silva – a figura anti-establishment mais conhecida – sairia na frente.

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“Como ficou demonstrado durante a campanha anterior, Marina seguiria um caminho relativamente ortodoxo sobre as questões econômicas, embora deva ter um momento mais difícil do que Aécio para formar a sua coalizão, à luz de sua aversão à política de coalizão e ao pequeno tamanho de seu partido, a Rede”, afirma a Eurasia. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.