Revisão do PIB de 2012 não ajuda na credibilidade do Brasil, diz S&P

IBGE divulga nesta terça-feira o crescimento do PIB do terceiro trimestre e as revisões de trimestres anteriores, com a inclusão de novas informações, entre elas, a pesquisa mensal de serviços

Reuters

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RIO DE JANEIRO – A confiança do investidor não vai melhorar caso a revisão do crescimento da economia em 2012 mostre um desempenho mais forte porque a credibilidade do país está desgastada por problemas fiscais, inflação elevada e falta de transparência, afirmou nesta segunda-feira a presidente no Brasil da agência de classificação de riscos Standard & Poor’s, Regina Nunes.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na terça-feira o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e as revisões de trimestres anteriores, com a inclusão de novas informações, entre elas, a pesquisa mensal de serviços.

A expectativa é que esse novo dado empurre o resultado de 2012 para cima. “Quando você (governo) não está surpreendendo positivamente, reavaliar nunca é bom. Quando você começa a discutir o passado para tentar cumprir as metas de hoje, isso é um problema”, disse Regina. “O Brasil conta talvez com a menor credibilidade do investidor global, isso não é culpa do investidor, mas sim da falta de transparência. As discussões do passado num momento não muito bom gera um sentimento ruim”, acrescentou ela.

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A presidente Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal El País, chegou a dizer que o crescimento do ano passado foi revisado para 1,5 por cento, mais forte do que os 0,9 por cento divulgados anteriormente. Mas depois o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, esclareceu que o dado é uma estimativa com base em estudos preliminares do Ministério da Fazenda.

A S&P classifica o país como BBB, mas a perspectiva da nota brasileira é negativa. “O Brasil é, sim, um país grau de investimento e a discussão hoje é se o Brasil é triplo B ou triplo B menos”, declarou Nunes.

A agência já informou que poderá esperar até a eleição presidencial do ano que vem para decidir se o rating será reduzido.

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“O x da questão é o lado fiscal com uma inflação mais para o teto da banda (meta) (…) Isso não trás uma dinâmica positiva no longo prazo e levanta vários questionamentos”, afirmou Nunes. A meta de inflação é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais, mas desde 2010 ela fica mais perto de 6,5 por cento do que do centro.

“Hoje não se consegue colocar uma meta de fiscal e cumprir porque não se consegue fazer o país crescer devido a insuficiência de investimento e devido uma política anticíclica que já se esgotou”, disse Regina.

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