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Receita confirma quebra de sigilo de filha de Serra; tucano diz que ação foi “criminosa”

Verônica Serra teve o sigilo de seus dados fiscais violados no ano passado; ex-governador crê em motivação política, mas PT nega

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SÃO PAULO – Em meio às acusações de quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato tucano à presidência da República, José Serra, foi confirmado que a assinatura da procuração usada para acessar os dados de Verônica pela Receita Federal em 30 de setembro do ano passado foi falsificada.

Segundo o tabelião do 16º Cartório de Notas de São Paulo, Fábio Tadeu Bisognin, “a falsificação é grotesca”. Na tarde desta quarta-feira (1), ele confirmou que a filha de Serra nunca teve firma reconhecida no local.

A própria Receita também admitiu a falsificação. “A mídia já noticia que a senhora Verônica Serra não confirma a assinatura e que o cartório não confirma o reconhecimento da firma. Diante desses fatos, aconteceu a falsificação de documento público federal”, disse o secretário Otacílio Cartaxo, afirmando que caberá à Polícia Federal realizar perícia grafotécnica.

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O PSDB acusa a Receita de ter falsificado uma procuração supostamente assinada pela filha de Serra, para ter acesso aos dados do Imposto de Renda dela nos anos de 2008 e 2009. O documento teria sido requerido por Antônio Carlos Atella Ferreira.

O advogado do PSDB, Ricardo Penteado, entrou com um pedido de investigação judicial sobre o sigilo dos dados fiscais de Verônica no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além dela, Eduardo Jorge – vice-presidente do PSDB -, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Gregório Marin Preciado e Ricardo Sérgio também estão envolvidos na solicitação.

Para esclarecer o caso, há uma sindicância na Receita Federal e um inquérito em andamento na Polícia Federal. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou nesta quarta que acredita que a investigação nas duas instâncias será conduzida com transparência.

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Suspeita de motivos políticos
O ex-governador de São Paulo, em entrevista ao Jornal da Globo, classificou a ação de quebra de sigilo como “criminosa”. “O sigilo fiscal da minha filha foi quebrado no ano passado para efeito de exploração política”, afirmou na véspera. O tucano acusou o PT de comandar a ação.

Por sua vez, o partido de Dilma Rousseff teme que o vínculo sugerido prejudique o desempenho de sua candidata na corrida eleitoral. Assim, sustenta a tese de que o ato foi uma venda de dados fiscais. Segundo a Folha, de acordo com dois auxiliares ligados a Lula, caso tenha existido a intenção de uso político na quebra, ela deve ser atribuída à uma disputa dentro do PSDB entre Aécio Neves e Serra.

Cartaxo afirmou na semana anterior que não há motivos eleitorais para o vazamento de dados. Na ocasião, ele afirmou que havia um suposto “balcão de compra e venda de informação” no órgão.

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