Quem é Rick Azevedo, vereador eleito que fundou movimento contra escala 6×1

Ele lançou abaixo-assinado que já reúne mais de 2 milhões de apoiadores, que serviu de justificativa para PEC que pretende mudar jornada prevista na CLT

Estadão Conteúdo

(Foto: Reprodução/Instagram)
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Vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro com 29.364 votos, Rick Azevedo ganhou projeção nacional nos últimos dias graças ao um resultado do movimento que lidera, o Vida Além do Trabalho (VAT), se materializar na Câmara: a PEC do fim da escala 6×1, previsto pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), capitaneado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

Ricardo Cardoso Azevedo tem 29 anos e nasceu em Dianópolis (TO), cerca 340 quilômetros de Palmas, mas vive na capital carioca há dez anos. No fim do ano passado, um vídeo em que expressava o cansaço com sua rotina como balconista de farmácia viralizou no TikTok.

“A gente não pode deixar que esse regime escravocrata continue nos escravizando porque estamos acomodados. Eu não passo fome porque tenho uma mãe que me socorre e tenho outras fontes, mas tem gente que trabalha e não tem o que comer. Estamos vivendo escravidão na pele sem fazer nada”, afirmou Rick na ocasião.

A repercussão levou Rick a criar um grupo no WhatsApp para coordenar ações com apoiadores. Em poucos dias, a comunidade de até 2 mil pessoas estava cheia. Após várias sugestões, o movimento adotou o nome “Vida Além do Trabalho (VAT)”, refletindo a mensagem de seu vídeo.

Com o apoio de especialistas, Rick lançou um abaixo-assinado que, em sua primeira semana nas redes sociais, acumulou 50 mil assinaturas. Esse documento, que atualmente conta com mais de 2 milhões de apoiadores, foi utilizado por Erika como justificativa para a PEC apresentada em maio.

A petição solicita ao Congresso uma revisão da escala de trabalho 6×1 e a implementação de alternativas que promovam uma jornada mais equilibrada, permitindo aos trabalhadores mais tempo para vida pessoal e familiar.

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Além disso, pede um debate público envolvendo trabalhadores, empregadores e especialistas, e políticas de proteção que assegurem férias regulares, licença parental, limitação de horas extras, entre outras medidas para a saúde e bem-estar dos empregados.

“Eu não tenho filho, não tenho marido, sou sozinho e não consigo fazer as coisas, imagina quem tem tudo isso e casa para cuidar. A pessoa se doa para a empresa seis dias na semana e só tem um dia para folgar, isso para ganhar um salário mínimo”, diz o vereador eleito em um de seus vídeos.

A proposta de Erika Hilton sugere uma mudança no inciso XIII, do artigo 7º da Constituição, de modo que haja redução da jornada de trabalho para quatro dias na semana e das horas trabalhadas para 36 horas semanais, em vez das 44 atuais.

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“A alteração proposta à Constituição Federal reflete um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis aos trabalhadores, reconhecendo a necessidade de adaptação às novas realidades do mercado de trabalho e às demandas por melhor qualidade de vida dos trabalhadores e de seus familiares”, escreve a autora do projeto na justificativa do texto.

Para que possa ser protocolada e assim começar a sua tramitação, o texto precisa da assinatura de ao menos 171 dos 513 deputados federais. Até agora, a parlamentar conseguiu a assinatura de cerca 140 deputados. Se não conseguir as 171 assinaturas, as discussões sobre o texto não avançam.