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SÃO PAULO – Existe uma espécie de acordo tácito entre os parlamentares que compõe a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) criada para investigar a JBS. Conforme mostra reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, membros da base e da oposição estão concentrando esforços sobre membros da antiga cúpula da Procuradoria-Geral da República e evitando agressão mútua. Pelo menos por enquanto, há tentativas de se evitar convocações de nomes que possam constranger o presidente Michel Temer e o PT, apesar de esforços de rebeldes tucanos em sentido oposto.
Pelos requerimentos até o momento votados na comissão, evidencia-se um foco sobre a atuação do Ministério Público e o acordo de delação premiada firmado com executivos do grupo J&F. Nos bastidores, a CPI é entendida como uma trincheira para o mundo político, que deve retaliar os procuradores pelas ofensivas recentes. Em outras palavras: é hora de dar o troco. Para a ala governista, a comissão também pode ajudar a desacreditar a segunda denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer — a última flechada de Rodrigo Janot à frente da PGR.
Segundo o jornal, das 53 convocações ou convites aprovados, mais de 80% são referentes a pessoas ligadas à empresa ou à PGR. Até o momento foram apresentados 229 pedidos, entre convocações, convites, quebras de sigilo e outras demandas, dos quais 102 foram aprovados. Requerimentos ligados aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff ou ao presidente Michel Temer foram deixados de lado.
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Relator da comissão, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) sustenta que o colegiado não pode se tornar “palco de confronto entre governo e oposição”. “A afinidade é nos objetivos da CPI, um desejo de todos os membros de que o trabalho avance”, disse conforme noticiou O Estado de S. Paulo. Em contrapartida, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse que o momento das convocações políticas ainda vai chegar e que, se esse tipo de acordo vingasse, a CPI mista perderia credibilidade.
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