PT decide filiar Marta Suplicy e recusa prévias para escolha de vice de Boulos em SP

Movimento sela articulação lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca de candidatura competitiva para a maior capital do país

Equipe InfoMoney

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O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo recusou, na noite de terça-feira (16), a realização de prévias para definir seu representante na vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL) para as eleições locais.

No mesmo encontro, a sigla aprovou a filiação da ex-prefeita Marta Suplicy − o que deve abrir espaço para que ela ocupe a posição pelo partido na disputa. A decisão recebeu 12 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção entre os membros do diretório.

Apesar da aprovação, a filiação ainda não tem data para acontecer. Marta foi convidada a retornar ao partido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após um período de distanciamento e de crises no auge da Operação Lava Jato e no impeachment de Dilma Rousseff (PT) − pontos que ainda levantam desconforto interno sobre seu retorno.

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O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), ex-senador pela sigla, chegou a oferecer resistências à indicação de Marta como vice de Boulos durante a evolução das tratativas, com o parlamentar propondo a realização de prévias na sigla. Mas um encontro entre os dois selou um acordo para a composição da chapa.

A expectativa de integrantes do Partido do Trabalhadores e especialistas é que o nome de Marta Suplicy possa dar mais experiência administrativa à campanha de Boulos − além de maior trânsito em áreas da periferia e setores da elite paulistana.

Na avaliação de cientistas políticos, o ingresso de Marta pode dar à chapa de esquerda uma imagem mais ao centro no espectro político da disputa contra o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), que pode acabar “empurrado” à direita e ser mais associado à figura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Até a semana passada, Marta Suplicy ocupava a Secretaria das Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. O movimento abrupto de saída da atual administração e apoio a um candidato de oposição, por outro lado, deverá ser ponto explorado durante a campanha eleitoral.