PSDB se divide: pedir ou não pedir o impeachment da presidente Dilma?

As vozes, antes dissonantes, aumentaram dentro do PSDB, mas partido ainda está "rachado" sobre pedido de impeachment da presidente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se antes as vozes que pediam pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff eram dissonantes e os principais líderes manifestavam que não havia argumento jurídico para isso, agora este discurso ganha mais forças dentro do PSDB. 

Ontem, foi divulgado que, estimulado por pesquisa mostrando um maior apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PSDB pediu que Miguel Reale Júnior, ministro da Justiça no governo FHC, elabore uma ação penal contra Dilma Rousseff pela “pedalada fiscal” realizada pelo governo no ano passado, segundo informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Reale ainda analisa o caso para saber se há viabilidade jurídica. Se ela for julgada pelo Senado por crime de responsabilidade, poderia sofrer impeachment.

E, mais tarde, o presidente do partido, Aécio Neves confirmou que seu partido estuda a possibilidade de entrar com um pedido de impeachment contra a presidente, mas deixou claro que nenhuma decisão foi tomada ainda. 

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E afirmou que a denúncia da Folha de S. Paulo de que a CGU (Controladoria Geral da União), diante de provas de corrupção envolvendo SBM Offshore e a Petrobras, adiou a abertura de processo para depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, é motivo capaz de provocar um pedido de impeachment. “É a utilização do Estado em busca de um projeto de poder. Certamente é um motivo extremamente forte [para o pedido de impeachment]”, afirmou.

Apesar de ganhar forças dentro do PSDB a defesa do pedido de impeachment da presidente, o partido ainda está rachado na tese, conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, ao falar sobre a reunião da bancada de deputados com Aécio. Isso porque, enquanto a bancada da Câmara dos deputados defende que o PSDB tome a frente do debate, o Senado é contra. A Executiva Nacional do partido também está dividida.

No final do encontro, Aécio pediu para que os deputados que defendiam a proposta se manifestassem e praticamente todos os presentes levantaram a mão mostrando-se favoráveis à proposta.

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Um dos maiores defensores da tese do pedido de impeachment é o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), sendo apoiado pelo líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio. “A minha posição é a de que chegamos ao limite de uma insatisfação clara e expressiva que deve ser construída, de forma legítima e dentro das regras constitucionais, em forma de um pedido de impeachment da presidente Dilma. Não venha o PT falar em golpe porque eu li na tribuna da Câmara um pedido de impeachment assinado por José Genoino (ex-presidente do PT) contra Fernando Henrique Cardoso. Todos sabem onde está José Genoino e onde está FHC. O PSDB tem de evoluir pra isso, essa será minha defesa dentro do partido”, disse Araújo na segunda-feira. 

Mas, horas antes da reunião com a bancada da Câmara, o assunto foi discutido entre os senadores tucanos num almoço e a avaliação de boa parte deles é de que ainda não havia um fato concreto para pedir o afastamento da presidente Dilma. Além disso, também pesa contra a tese o argumento jurídico de que Dilma não poderia perder o mandato por ter cometido um crime antes de ter sido eleita. 

Assim, Aécio tem atuado para mediar os dois lados, informa o jornal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.