PSDB e DEM vão recorrer ao STF contra manutenção de direitos políticos de Dilma

A decisão de dividir a votação em duas partes - uma para definir a cassação de Dilma Rousseff e a outra para decidir a perda dos direitos políticos por 8 anos -, que resultou na manutenção dos direitos políticos de Dilma, gerou um enorme desconforto nos caciques do PSDB

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O PSDB e o DEM anunciaram que vão recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) da decisão que permite a presidente Dilma Rousseff manter o direito de exercer funções públicas. 

A decisão de dividir a votação em duas partes – uma para definir a cassação de Dilma Rousseff e a outra para decidir a perda dos direitos políticos por 8 anos -, que resultou na manutenção dos direitos políticos de Dilma, gerou um enorme desconforto nos caciques do PSDB. Muitos deles atribuíram a manobra para “salvar” Eduardo Cunha (PMDB) e por isso já falam de abandonar o barco do agora efetivo governo de Michel Temer. Veja mais clicando aqui. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que ingressará com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o fatiamento da votação.  

Dilma Rousseff perdeu o mandato, mas vai manter-se apta a exercer qualquer função pública, seja mediante concurso público, obtenção de cargo de confiança ou eleição para mandato eletivo. A decisão foi tomada, por 42 votos a 36, na segunda parte do julgamento realizado nesta quarta-feira (31) pelo Senado. Seriam necessários 54 votos para que ela ficasse inabilitada para o exercício de função pública. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi um dos 16 senadores que votaram pela cassação do mandato de presidente da República de Dilma Rousseff, mas pela manutenção de seus direitos políticos.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.