PSDB desgastado: neste ano, Alckmin recebeu 85% menos votos que Aécio em 2014

No primeiro turno deste ano, Alckmin teve 5.091.752, enquanto Aécio teve  34.897.211 quatro anos atrás 

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Na corrida presidencial, Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu 85,4% de votos a menos que Aécio Neves em 2014 – isso representa uma diferença de cerca de 30 milhões.  

No primeiro turno deste ano, Alckmin teve 5.091.752 (cerca de 5%), enquanto Aécio teve 34.897.211 quatro anos atrás. O ex-governador de São Paulo apresentou o pior desempenho tucano da história do partido, comparável ao de partidos nanicos. 

Vale ressaltar, contudo, que a comparação pura entre os dois é falha porque em 2014 menos pessoas votaram: em 2014, eles eram 141.824.607 e, em 2018, somam 147.302.357, uma alta de 3,86% entre os dois pleitos presidenciais. Isso, por outro lado, evidencia ainda mais a queda do PSDB, já que Alckmin tinha muito mais eleitores potenciais que Aécio Neves.   

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Voto útil

Outro ponto que deve ser levado em consideração, quando se compara os tucanos, é a questão do voto útil. A eleição desse ano foi bastante polarizada, até mais do que em 2014, mas quem assumiu o papel de antipetista foi Jair Bolsonaro (PSL), levando a uma migração de votos que ainda estavam com Alckmin na reta final para o candidato do PSL. 

Na prática, em 2014, Aécio se beneficiou com o voto útil dado por eleitores que, como agora, não queriam o PT no poder e “desidrataram” a candidata Marina Silva (então do PSB) na reta final. Ele não foi eleito por muito pouco: teve 48,36% dos votos, contra 51,64% de Dilma Rousseff.

Mas, quatro anos depois, Alckmin saiu prejudicado e perdeu muitos votos – e a questão do voto útil foi um dos motivos (dentre eles, coincidentemente a derrocada de Aécio em meio aos escândalos de corrupção que reduziram muito seu capital eleitoral). Assim, os eleitores de Alckmin migraram para outras candidaturas e fizeram com que o tucano tivesse a pior votação da história do partido. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.