PSB defende Campos e diz que vai à Justiça para acessar depoimento; confira mais reações

Matéria da revista Veja deste sábado trouxe nomes de vários políticos envolvidos em escândalo de corrupção na Petrobras; Roseana Sarney afirmou ter recebido com indignação as acusações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Partidos e políticos reagiram de diversas maneiras após a revista Veja dar nomes sobre envolvidos em esquema de corrupção na Petrobras. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) disse neste sábado que defenderá o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto, de acusações por suposta participação em esquema de propina da estatal. 

A revista Veja desta semana traz matéria afirmando que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria citado em depoimentos à Polícia Federal os nomes de parlamentares da base aliada do governo, o de um ministro e os de três governadores, entre eles Campos, como envolvidos num suposto esquema de corrupção na empresa estatal.

O presidente do PSB, Roberto Amaral, disse em nota à imprensa que a reportagem da Veja “registra, sem haver tido acesso ao conteúdo do depoimento, uma referência solta do depoente a Eduardo”. “Não há acusação digna de honesta consideração. Há, apenas, malícia”, acrescentou.

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“Morto, Eduardo Campos não pode se defender. Mas seu partido o fará, em todos os níveis, políticos e judiciais, no cível e no criminal, e para esse efeito já está requerendo acesso ao conteúdo integral do depoimento do administrador da corrupção na Petrobras”, disse o presidente do PSB.

O PSB afirmou ainda que desde as primeiras denúncias de corrupção na Petrobras defendeu a instalação de CPI e que Campos, já como pré-candidato à Presidência da República, queria que as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, fossem incluídas na investigação

“Continuaremos nossa campanha eleitoral que já se avizinha como vitoriosa para o desespero dos muitos que não mais poderão explorar os recursos públicos em proveito pessoal e de projetos político-partidários”, disse o presidente do PSB.

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“Permaneceremos, como sempre, fiéis defensores do monopólio estatal do petróleo, em defesa da Petrobras e em defesa do pré-sal como elementos essenciais de nosso projeto de independência e soberania nacional. Mas não descuidaremos do combate à corrupção”, concluiu.

Além disso, o PSB divulgou que vai tentar obter na Justiça direito à cópia do depoimento do ex-diretor.

Marina Silva: insinuação é ilação
Marina Silva, candidata à presidência pelo partido e que era companheira da chapa encabeçada por Campos, afirmou que a acusação contra o ex-governador de Pernambuco representava uma “ilação”.

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“O fato de haver um investimento da Petrobras em Pernambuco não dá o direito, a quem quer que seja, de colocá-lo (Campos) na lista dos que cometeram irregularidades na Petrobras”, esbravejou Marina, acrescentando que o país está aguardando as investigações das iniciativas na Petrobras que ameaçam o futuro da estatal e do pré-sal.

A ex-senadora afirmou que o governo petista precisa explicar a má governança feita na Petrobras, que passou de empresa “exitosa e respeitada dentro e fora do país a uma quase falência”.

Além disso, Marina ainda devolveu as críticas que tem recebido da campanha da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a petista, se a ex-senadora for eleita, ela dará pouca prioridade às questões do petróleo e poderá privatizar a Petrobras. “Quem está ameaçando a corrupção que está assolando a Petrobras”, concluiu Marina.

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Dilma Rousseff: espera por dados oficiais
A presidente da república, Dilma Rousseff, quando indagada pela primeira vez sobre os nomes apontados pelo ex-diretor da Petrobras,  afirmou que esperará “dados oficiais” para comentar as denúncias feitas pelo ex-executivo. 

“Eu gostaria de saber direito quais são as informações prestadas e asseguro que tomarei as providências cabíveis”, pontuou Dilma, acrescentando que não faria mais comentários, baseados em especulações. “Quero as informações. Elas são essenciais e devidas ao governo. Caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas”, concluiu a candidata à reeleição.

Temer: PMDB como instituição “não tem nada a ver com isso”
Conforme destacado pela própria Veja, o presidente do PMDB e vice presidente da República, Michel Temer, cujo partido foi citado no depoimento de Costa, também fez defesa. 

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“Houve menções vagas a pessoas do partido. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso. A delação premiada tem seus problemas. Isso tem que ser levado com muito cuidado para que não haja acusações infundadas”, disse em Maceió (AL).

Roseana Sarney diz receber notícia com grande indignação
Já a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), que também está na lista, afirmou que repudia “de forma veemente e com grande indignação” as referências a ela. “Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade”.

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também se defendeu: “nunca pedi nem recebi quaisquer recursos por meio do senhor Paulo Roberto Costa. As afirmações foram feitas em um processo de delação premiada sem apresentação de provas. E delação premiada exige provas. Peço a todos que fiquem atentos à manipulação do episódio na campanha eleitoral por candidatos sem respeito pela verdade dos fatos”.

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Já Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder do governo na Câmara, disse que conhecia Costa somente de maneira institucional e negou ter recebido dinheiro dele. 

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como a “ponte do esquema” também negou as acusações. “É absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto”.

Aécio chama o caso de mensalão 2
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) 
gravou um vídeo, divulgado nesta manhã nas redes sociais, em que chamou o caso de “as mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente” e disse que os relatos de Costa apontam para um “mensalão 2”.

“O Brasil acordou, hoje, perplexo, com as mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente. Está aí o Mensalão 2, é o governo do PT patrocinando o assalto às nossas empresas públicas para a manutenção do seu projeto de poder.

É fundamental que essas investigações possam ir ainda mais a fundo, para que os verdadeiros responsáveis pelo assalto às empresas brasileiras sejam punidos de forma exemplar. Estamos disputando essas eleições contra um grupo que utiliza o dinheiro sujo da corrupção para manter-se no poder. Por isso, eu acredito que chegou a hora de darmos um basta a isso e tirarmos, de forma definitiva, o PT do poder”, afirmou em vídeo.

(Com Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.