Pressão sobre Cardozo, gasto de R$ 215 mil do governo com utensílios de prata e mais no radar

Pressão sobre o ministro da Justiça voltou a aumentar com os dirigentes do PT apontando para falta de "gestão" e Lula busca Temer para PMDB continuar na base; enquanto isso, governo gastará 215 mil em utensílios de prata para cozinha do Planalto

Lara Rizério

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SÃO PAULO – No último final de semana, o noticiário político foi bastante movimentado, não somente por conta das tramitações para o processo de impeachment, mas por conta dos desdobramentos da Operação Lava Jato e os movimentos para que o governo recomponha a sua base. 

Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a pressão do PT sobre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou ao aumentar com os dirigentes do partido apontando para falta de “gestão” do ministro sobre a Polícia Federal, subordinada à pasta, principalmente depois que um delegado da corporação enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para ouvir o ex-presidente Lula.

“Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação nao pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal”, diz o requerimento, assinado pelo delegado da PF Josélio Azevedo de Sousa.

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Josélio admite não ter provas diretas contra Lula, mas ressalta a importância de, mesmo assim, ouvir o ex-presidente para apurar se ele foi beneficiado no esquema de corrupção da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com o jornal, os petistas avaliam o pedido como “arbitrário”, por não haver provas.

Lula busca Temer
De acordo com o Estadão, em conversa reservada com o vice-presidente da República, Michel Temer, há uma semana, o ex-presidente Lula manifestou preocupação com a possível saída do PMDB da base do governo da presidente Dilma Rousseff e avalia que, se o partido romper com o PT, o processo de impeachment será deflagrado.

De acordo com o jornal, Lula disse a Temer que Dilma parece não estar percebendo a gravidade da crise. “O vice reclamou da desconfiança de Dilma e do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Foi além: admitiu que, se o congresso do PMDB, marcado para novembro, fosse hoje, a maioria do partido decidiria pelo rompimento com o governo”, diz a reportagem. Reiterando a informação, o Valor Econômico informa que o Palácio do Planalto quer Lula para recompor a relação com o PMDB.

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Movimentos sociais ameaçam abandonar defesa
O jornal O Estado de S. Paulo também destaca a pressão dos movimentos sociais, que ameaçam abandonar a defesa da presidente Dilma Rousseff em um momento crucial para o ajuste fiscal. Na sexta-feira, foi divulgada uma resolução política pela direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), assinado pela Direção Nacional da entidade. 

“Reconhecemos a existência de uma crise econômica mundial, mas não admitimos que as trabalhadoras e os trabalhadores paguem essa conta. Somos contra o ajuste fiscal e consideramos que o governo Dilma está implementando medidas de ajuste neoliberal, que ferem direitos dos trabalhadores e cortam investimentos sociais. Manifestamos nosso total desacordo com a atual política econômica. E exigimos que, no mínimo, a presidente implemente o programa que a elegeu”, diz a resolução. 

O documento diz ainda que “o programa de reforma agrária, que já estava debilitado, sofreu um agressivo corte de 64% no Orçamento do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).” E aponta que “além disso, estes órgãos estão sofrendo ameaças de fechamento.” Sobre a reforma agrária, o MST “exige que o governo federal implemente os compromissos assumidos pela Presidenta Dilma, em audiência com a coordenação nacional do MST realizada em dezembro de 2014”.

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Que crise?
Se a pressão dos movimentos sociais para que não se aprove medidas contra os trabalhadores é grande, por outro, o governo não pretende economizar na compra de material para os jantares da presidente Dilma, segundo informa O Globo e a Folha de S. Paulo.

Em pregão previsto para ser realizado amanhã, o governo estima gastar R$ 215.615,59 com rechauds (utensílios utilizados para manter os alimentos quentes), colheres, espátulas e outros materiais para serem usados nas refeições da presidente. As peças são para o Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada, além da Granja do Torto, os dois últimos residências oficiais. Só com os rechauds, o governo deve desembolsar R$ 62,6 mil.  Outro gasto previsto é com dez apoios para colher em prata, aa custo de R$ 796,70 cada. 

Questionada pela Folha de S. Paulo sobre as compras, a assessoria do Planalto não deu retorno. 

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Ibope à vista
De acordo com informações da coluna Radar Online, da Veja, dentro de dez dias o Ibope deve ir a campo para uma nova pesquisa de popularidade da presidente Dilma Rousseff, numa pesquisa encomendada pela CNI. A última pesquisa apontou para uma aprovação da presidente de apenas 9%.  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.