Porto de Santos: França cita concessão de canal, descarta privatizar autoridade

A privatização foi tema de reunião do governador de São Paulo com o presidente Lula; "Tarcísio não me procurou", diz França

Estadão Conteúdo

Imagem aérea do porto de Santos

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O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou nesta quarta, 11, que está aberto ao diálogo, porém, voltou a descartar a privatização da autoridade portuária em Santos (SP), ainda que considere a concessão do canal de acesso ao terminal. “Não se vende autoridade pública”, reiterou.

Nesta quarta-feira, a privatização foi tema de reunião do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. “Tarcísio não me procurou, mas estou à disposição dele. Diferente deles, do grupo que era Jair Bolsonaro, nós não temos problema de ouvir outras opiniões, agora nós temos a nossa. Não se vende autoridades públicas.”

Ao destacar que os terminais portuários que movimentam as cargas dentro do Porto já são concedidos à iniciativa privada, França sinalizou que há espaço para o ministério discutir a privatização de serviços específicos do porto, como o canal de acesso.

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“O que estamos discutindo é o canal e a autoridade. O canal estamos dispostos a discutir com concessionários alternativas mais rápidas e objetivas. A autoridade nós não vamos privatizar”, reforçou. Há pouco, contudo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que “não há dogmas” sobre a privatização do Porto de Santos, e que o governo federal irá buscar o “melhor modelo para cada investimento” – em linha com o que afirmou Tarcísio ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre a reunião com Lula.

Na visão de França, por sua vez, a privatização ficou superada no processo eleitoral. “Havia duas visões de formato no Brasil, uma foi derrotada e outra foi vitoriosa”, em referência à disputa entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro pondera, contudo, que Tarcísio tem conhecimento e o governo está “disposto a ouvi-lo”.

“Quatro anos eles estão tentando fazer e privatizaram a autoridade só do Espírito Santo, que é um porto pequeno, perto do de Santos. Na minha visão, não é o modelo mais ágil”, afirmou, defendendo que, no caso da gestão atual, faria a concessão em menos de 20% do tempo do que demoraria o outro.

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O ministro declarou que, até sexta-feira, 13, deve se reunir com Tarcísio. França reitera que tem “plena convicção” que o modelo de separação entre canal e autoridade será muito mais rápido e eficiente.