Por que o julgamento no TSE é tão importante se Temer pode recorrer ao Supremo ainda como presidente?

Para o analista político da XP Investimentos, Richard Bach, o julgamento que se inicia nesta terça tem grande poder sobre o futuro do governo Temer e potencial de influenciar nas agendas complexas, como a Reforma da Previdência

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Começa nesta terça-feira, no Tribunal Superior Eleitoral, o julgamento da ação que pode cassar a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, eleita para comandar o país até dezembro de 2018. À primeira, além do valor simbólico de uma condenação ou absolvição, pesa uma possível perda dos direitos políticos, enquanto o vice que ascendeu no impeachment vê sua agenda de reformas ameaçada a depender do desfecho escolhido pelos ministros dá corte.

Não há prazo para o julgamento. As expectativas são de que os esforços das defesas e os interesses de alguns ministros sejam capazes de imprimir um ritmo lento ao processo. Pelo menos dois dos árbitros, cujos mandatos se encerram nos próximos meses, devem ser substituídos enquanto a bola rola. Caso o pior ocorra para a presidente já cassada e o atual mandatário, ainda cabe recurso no Supremo. Neste caso, mais tempo e mais incertezas, com a possibilidade de o processo não se concluir antes das próximas eleições presidenciais.

Então, por que o julgamento no TSE é tão importante? Para responder a essa e outras perguntas sobre o ainda nebuloso processo que ameaça a chapa eleita há pouco mais de três anos, o InfoMoney recebeu em seu estúdio o analista Richard Bach, da XP Investimentos. Para ele, apesar de Temer seguir na presidência mesmo com eventual derrota na justiça eleitoral, o julgamento que se inicia tem grande poder sobre o futuro de seu governo e tem grande potencial de influenciar na força política e capacidade de dar sequência a agendas complexas — caso da polêmica Reforma da Previdência, que hoje tramita em comissão especial na Câmara.

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Assista ao primeiro bloco da entrevista:

Além do julgamento no TSE, a semana também conta com as expectativas pela apresentação do relatório da reforma da Previdência pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator na comissão especial. Uma breve conversa com parlamentares membros da base aliada mostra que ainda há muitos pontos que fomentam oposição ao projeto enviado pelo governo. Na avaliação do analista Back, Maia tem a oportunidade de dar vida novamente, com um texto adaptado, a um projeto sem força política apresentado.

No segundo bloco da entrevista, o especialista da XP Investimentos comenta os pontos mais polêmicos da reforma e outros projetos importantes que tramitam no Congresso, como a MP que, com quatro exceções setoriais, põe fim às desonerações do governo Dilma Rousseff — tema que acirrará os ânimos em Brasília conforme avança pela comissão especial e pelas duas casas legislativas.

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Confira a segunda parte da entrevista com Richard Back:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.