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SÃO PAULO – Após mais de 12 horas de sessão, o Senado decidiu, por 59 votos a favor e 21 contra, tornar a presidente afastada Dilma Rousseff ré no processo de impeachment. Agora ela irá a julgamento no plenário da Casa em sessão marcada para o final deste mês e que decidirá se ela será afastada de forma definitiva ou não.
Era preciso maioria simples (mais da metade dos senadores presentes) para que o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) fosse aprovado. O resultado da maneira que foi indica que será muito complicado para Dilma conseguir reverter o placar em seu julgamento final, marcado para começar no próximo dia 25. Na ocasião, a presidente afastada perderá se tiver pelo menos 54 votos contrários.
A sessão começou às 9h44 (horário de Brasília), com o resultado sendo proclamado pouco antes da 1h30 da madrugada, e foi comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.
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Acusação e defesa terão que apresentar, no prazo sucessivo de até 48 horas, respectivamente, o libelo acusatório e sua contrariedade, juntamente com até cinco testemunhas legais e mais uma extranumerária para cada uma das partes.
Pela parte da defesa de Dilma, José Eduardo Cardozo disse que vai utilizar as seis testemunhas. Já Miguel Reale Jr, advogado da acusação, comunicou que entregará em 24 horas o libelo acusatório e utilizará três testemunhas. A expectativa é que o julgamento final de Dilma ocorra no final do mês de agosto.
Falaram pela aprovação do parecer Simone Tebet (PMDB-MS) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e, contra, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Jorge Viana (PT-AC).
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A previsão inicial era a de que a sessão duraria pelo menos 20 horas e o relatório só fosse votado de madrugada. No entanto, a sessão foi encurtada depois de vários senadores inscritos, principalmente de PSDB e PMDB, abrirem mão dos dez minutos que cada um teria direito para discursar.
Veja como os senadores votaram sobre o parecer de Anastasia(por ordem alfabética):
Acir Gurgacz (PDT-RO) SIM
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Aécio Neves (PSDB-MG) SIM
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) SIM
Alvaro Dias (PV-PR) SIM
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Ana Amélia (PP-RS) SIM
Angela Portela (PT-RR) NÃO
Antonio Anastasia (PSDB-MG) SIM
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Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) SIM
Armando Monteiro (PTB-PE) NÃO
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) SIM
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Benedito de Lira (PP-AL) SIM
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) SIM
Cidinho Santos (PR-MT) SIM
Ciro Nogueira (PP-PI) SIM
Cristovam Buarque (PPS-DF) SIM
Dalirio Beber (PSDB-SC) SIM
Dário Berger (PMDB-SC) SIM
Davi Alcolumbre (DEM-AP) SIM
Edison Lobão (PMDB-MA) SIM
Eduardo Amorim (PSC-SE) SIM
Eduardo Braga (PMDB-AM) SIM
Eduardo Lopes (PRB-RJ) SIM
Elmano Férrer (PTB-PI) NÃO
Eunício Oliveira (PMDB-CE) SIM
Fátima Bezerra (PT-RN) NÃO
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) SIM
Fernando Collor (PTC-AL) SIM
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) SIM
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) SIM
Gladson Cameli (PP-AC) SIM
Gleisi Hoffmann (PT-PR) NÃO
Hélio José (PMDB-DF) SIM
Humberto Costa (PT-PE) NÃO
Ivo Cassol (PP-RO) SIM
Jader Barbalho (PMDB-PA) SIM
João Alberto Souza (PMDB-MA) SIM
João Capiberibe (PSB-AP) NÃO
Jorge Viana (PT-AC) NÃO
José Agripino (DEM-RN) SIM
José Aníbal (PSDB-SP) SIM
José Maranhão (PMDB-PB) SIM
José Medeiros (PSD-MT) SIM
José Pimentel (PT-CE) NÃO
Kátia Abreu (PMDB-TO) NÃO
Lasier Martins (PDT-RS) SIM
Lídice da Mata (PSB-BA) NÃO
Lindbergh Farias (PT-RJ) NÃO
Lúcia Vânia (PSB-GO) SIM
Magno Malta (PR-ES) SIM
Marta Suplicy (PMDB-SP) SIM
Omar Aziz (PSD-AM) SIM
Otto Alencar (PSD-BA) NÃO
Paulo Bauer (PSDB-SC) SIM
Paulo Paim (PT-RS) NÃO
Paulo Rocha (PT-PA) NÃO
Pedro Chaves (PSC-MS) SIM
Raimundo Lira (PMDB-PB) SIM
Randolfe Rodrigues (REDE-AP) NÃO
Regina Sousa (PT-PI) NÃO
Reguffe (S/PARTIDO-DF) SIM
Renan Calheiros (PMDB-AL) NÃO VOTOU
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) SIM
Ricardo Franco (DEM-SE) SIM
Roberto Muniz (PP-BA) NÃO
Roberto Requião (PMDB-PR) NÃO
Roberto Rocha (PSB-MA) SIM
Romário (PSB-RJ) SIM
Romero Jucá (PMDB-RR) SIM
Ronaldo Caiado (DEM-GO) SIM
Rose de Freitas (PMDB-ES) SIM
Sérgio Petecão (PSD-AC) SIM
Simone Tebet (PMDB-MS) SIM
Tasso Jereissati (PSDB-CE) SIM
Telmário Mota (PDT-RR) NÃO
Valdir Raupp (PMDB-RO) SIM
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) NÃO
Vicentinho Alves (PR-TO) SIM
Waldemir Moka (PMDB-MS) SIM
Wellington Fagundes (PR-MT) SIM
Wilder Morais (PP-GO) SIM
Zeze Perrella (PTB-MG) SIM
Destaques
Antes da votação do parecer, o Senado teve que decidir sobre questão preliminares colocadas pela defesa de Dilma que foram votadas agrupadas em um destaque. Segundo o presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, as preliminares devem ser votadas primeiro, para não prejudicar o mérito do parecer.
A primeira delas, pedia que fosse retirado do relatório de Anastasia a imputação de crime prevista no Artigo 11, da Lei de Impeachment (Lei 1.079, de 1950), pela contratação ilegal de operações de crédito com instituição financeira controlada pela União. A defesa argumentou que esse artigo não foi recepcionado pela Constituição de 1988, o que invalidaria a imputação.
A defesa também pediu o arquivamento do processo com o argumento de que Dilma deveria primeiro ter as contas julgadas pelo Congresso Nacional antes do processo de afastamento. Além disso, também foi pedida a suspeição do relator, Antonio Anastasia, com o argumento de que o senador estaria agindo partidariamente por pertencer ao PSDB. Apesar dos argumentos, o texto de Anastasia foi mantido por 59 votos a favor e 21 contra.
O parecer de Anastasia acolheu em parte as denúncias do pedido de impeachment elaborado pelos advogados Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo. A principal acusação é de que Dilma cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais” – atraso de pagamentos da União a bancos públicos para execução de despesas. Na avaliação de Anastasia, as pedaladas configuraram empréstimos da União com bancos que controla, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Por volta das 2h, o Plenário do Senado rejeitou os últimos argumentos da defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, e manteve, por 59 votos a 21, o texto do relatório. Esse último destaque pedia a retirada da acusação referente a um dos créditos suplementares abertos por Dilma sem autorização do Congresso Nacional. O decreto, de 20 de agosto de 2015, foi no valor de R$ 600 milhões. O Senado ainda manteve a acusação de pedaladas fiscais por 58 a 22.
(Com Agência Brasil e Agência Senado)
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