Políticos pró e anti-impeachment se mobilizam na surdina às vésperas do Natal

Parlamentares aproveitam feriado para buscar vantagens na corrida pela destituição ou não destituição da presidente

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Na antevéspera de Natal, enquanto os shopping centers se enchem e o Congresso se esvazia, o relator do processo das contas do governo Dilma Rousseff, Acir Gurgacz (PDT-RO), contrariou a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) e sugeriu a aprovação das contas da presidente. Na CMO (Comissão Mista do Orçamento), o senador, que é um dos principais aliados de Dilma no PDT, defendeu que as pedaladas fiscais não contrariam a Lei de Responsabilidade Fiscal por não se caracterizarem como crédito. 

Quer saber onde investir em 2016? Veja no Guia InfoMoney clicando aqui!

Essa foi apenas mais uma das mobilizações que os parlamentares pró ou contra impeachment têm feito em uma semana de baixo quórum no Legislativo. Enquanto ele tomou uma decisão que enfraquece o impedimento, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi no sentido contrário e atrapalhou o governo, pedindo para esclarecer dúvidas após o julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) inviabilizar a chapa da oposição e trazer o processo de volta à estaca zero. 

Continua depois da publicidade

Cunha deve discutir hoje com o ministro Ricardo Lewandowski sobre como será o rito do impeachment. Ele disse que a Câmara dos Deputados apresentará em fevereiro embargos de declaração para esclarecer pontos “confusos” da decisão do STF. Com isso, ele atrasa o andamento do processo, o que é bom para a oposição, que acredita em um cenário macroeconômico e político deteriorado para o governo no ano que vem. Temendo que isso aconteça e que o prolongamento das discussões enfraqueça a presidente Dilma, o governo quer votar o impeachment o quanto antes enquanto tem as condições favoráveis para si e votos suficientes no parlamento para barrar a destituição. 

Além de Cunha, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio tem feito reuniões em separado com ministros do STF defendendo a revisão dos votos que proíbem candidaturas avulsas para a comissão do impeachment, segundo o Estado de S. Paulo. 

Tudo isso mostra que a disputa na questão do processo do impeachment não deve ser resolvida rapidamente e que não será o Natal ou qualquer outro feriado que freará o ímpeto de deputados governistas e da oposição em tentar obter vantagem nesta corrida pela destituição ou não destituição da presidente. Vale a pena ficar de olho nos próximos movimentos destes parlamentares.