Petrobras diz que perguntas de CPI eram públicas e que realizou “simulações”

Após denúncia da Veja, Estado de S. Paulo diz que encontro para debater perguntas e respostas antes da CPI foi realizado no gabinete de Graça Foster

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na noite da última segunda-feira (4), a Petrobras (PETR3; PETR4) se pronunciou sobre a matéria da Revista Veja indicando que a CPI da companhia foi uma farsa. Em nota, a estatal disse que tomou conhecimento das perguntas centrais das CPI e CPMI através do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho, respectivamente, onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões.

“Nestes, além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações”, afirmou a companhia. A Petrobras ainda ressaltou que “tais informações, tornadas públicas pelas comissões de inquérito, por ocasião do inicio de seus trabalhos, possibilitam a elaboração de centenas de outras perguntas, propiciando à Petrobras a organização das informações necessárias para o melhor esclarecimento dos fatos pertinentes a cada eixo das investigações”.

A estatal ainda completou afirmando que, com base nas informações do site do Senado, realizou simulações e treinos com seus funcionários para que estes estivessem preparados para a realização das perguntas na CPI. “Tais simulações envolvem profissionais de várias áreas, inclusive consultorias externas, de modo a contribuir para uma melhor compreensão dos fatos e elucidação das dúvidas”, disse em nota.

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Reuniões ocorreram no gabinete de Graça
Após a Revista Veja apresentar um vídeo no final de semana mostrando que as perguntas realizadas na CPI da Petrobras foram previamente combinadas, o jornal Estado de S. Paulo apresentou nesta terça-feira (5) uma matéria afirmando que os encontros apresentados no vídeo ocorreram em uma sala anexa ao gabinete da companhia, Graça Foster.

De acordo com a publicação, o ambiente é usado pela presidente para receber autoridades e fazer reuniões com assessores. O Estado ainda afirma que estavam presentes nos encontros o chefe de gabinete da Petrobras, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da companhia, Bruno Fereira, e o chefe do departamento jurídico da empresa, Leonan Calderaro Filho. O Estado diz que, procurada, a estatal não respondeu aos questionamentos do jornal.

O caso
Um vídeo divulgado a que a Revista Veja teve acesso e apresentado no final de semana revela que houve uma farsa na CPI da Petrobras. Segundo a denúncia exclusiva, a CPI foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT decidiram não correr riscos e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigados as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores.

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Com vinte minutos de duração, segundo a revista, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido. A decupagem do vídeo, segundo a publicação, mostra que o encontro foi registrado por alguém que participava da reunião ou estava na sala enquanto ela ocorria.

A revista descobriu que a gravação foi feita com uma caneta dotada de uma microcâmera. Segundo a revista, a fraude consistia em obter dos parlamentares da CPI da Petrobras as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas.

Ainda no domingo, Aécio Neves, do PSDB, afirmou que entraria com medidas judiciais contra os envolvidos, dizendo que dizendo que estudava a possibilidade de outras representações na comissão de ética da presidência da República e também junto à Petrobras. Ontem, o PSDB anunciou que entrará com representações contra os senadores petistas Delcídio Amaral (MS) e José Pimentel (CE) junto à Procuradoria Geral da República e ao Conselho de Ética do Senado Federal.

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Durante evento, a presidente Dilma Rousseff afirmou que esta “é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso” e ainda completou dizendo que o “PSDB pode fazer a representação que quiser em Brasília”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.