Pesquisa da MCM aponta Serra como candidato preferido pelo mercado

No entanto, há temor quanto à manutenção do tripé superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante

Tainara Machado

Publicidade

SÃO PAULO – Em pesquisa realizada com profissionais de diferentes empresas e instituições financeiras, a MCM Consultores constatou que José Serra, governador de São Paulo, é o candidato preferido pelo mercado, com 73% dos votos no cenário em que também aparecem Marina Silva (6%), Dilma Rousseff (5%) e Ciro Gomes (3%). A opção ‘nenhum deles’ foi a segunda mais votada, com 10% das intenções.

A maior parte (59%) dos entrevistados também acredita que Serra será o ganhador das eleições presidenciais de 2010. No entanto, é Aécio Neves, que ainda não havia desistido da candidatura quando a pesquisa foi realizada, que detém as melhores notas quanto à política econômica que seria adotada em caso de vitória.

O governador de Minas Gerais é o mais bem posicionado (adotaria a política mais adequada) nos quesitos política monetária, cambial e controle da inflação. Já Serra é o candidato que apresenta o menor Risco-Brasil e que adotaria a melhor política fiscal.

Continua depois da publicidade

Para os analistas, a aparição de Dilma em posição intermediária (quase sempre em terceiro lugar) contradiz a tese de que o mercado financeiro “rejeita e teme Serra, uma avaliação incorreta a se crer nos números apresentados”, afirma.

Importância das eleições no calendário econômico
Para a MCM, as eleições não serão o principal evento apenas no cenário político, mas também no cenário econômico e no mercado financeiro. Em primeiro lugar, “é perceptível a preocupação de que a disputa eleitoral afete a política econômica vigente”. A política fiscal, por exemplo, já foi contaminada, na visão da consultoria.

Há ainda incerteza quanto ao futuro da política econômica após as eleições de 2010. Como tanto Serra quanto Dilma já criticaram em alguns momentos a política econômica adotada pelo governo, há preocupação quanto à manutenção do tripé composto por superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante, elementos que sustentam a economia desde 1999 e que podem não ser integralmente mantidos pelo próximo governo, segundo a MCM.

Continua depois da publicidade

Metodologia
A pesquisa entrevistou 154 profissionais de 63 diferentes empresas e instituições financeiras, com relativa abrangência tanto no grau hierárquico do entrevistado quanto no perfil das empresas.

A MCM salienta que, “por abranger população específica, os resultados da pesquisa não podem ser tomados como expressão estatisticamente significativa das opiniões do mercado”.