Para Receita, arrecadação de 2023 manteve praticamente nível de 2022

Arrecadação de impostos e contribuições federais fechou 2023 em R$ 2,318 trilhões; apesar de queda em relação ao ano anterior, foi o segundo melhor resultado da série histórica

Estadão Conteúdo

Publicidade

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, frisou nesta terça-feira, 23, que a arrecadação de 2023 manteve praticamente o mesmo patamar de 2022, que foi um ano extraordinário para o órgão. Ele destacou que o resultado de 2023 se deve, em grande parte, ao setor de commodities

A arrecadação de impostos e contribuições federais fechou 2023 em R$ 2,318 trilhões. Embora represente uma queda real (descontada a inflação) de 0,12% na comparação com 2022, o resultado de 2023 foi o segundo melhor da série histórica em termos reais, justamente atrás do desempenho de 2022.

A série histórica da Receita Federal começa em 1995.

Continua depois da publicidade

‘Volta aos patamares normais’

O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que o resultado da arrecadação federal em 2023 não foi uma queda em relação a 2022, mas uma “volta aos patamares normais”.

Para o secretário, que também participou de entrevista sobre os resultados, 2023 foi um ano bastante positivo, apesar de desafiador.

Continua depois da publicidade

Ele destacou que o resultado anual veio na esteira de exercícios anteriores com pico de arrecadação e citou como destaques a diminuição de alíquotas de IPI para veículos automotores, a reoneração de combustíveis, o programa Litígio Zero, que, segundo ele, foi a primeira transação na Receita com resultados positivos, e o IOF em operações de crédito.

“Tivemos grandes desafios em 2023 relativos a fatores não recorrentes. Chamo atenção para a forte redução de alíquotas do IPI”, afirmou. “A desoneração dos combustíveis teve impacto bilionário”, acrescentou o secretário. “Muito do que alcançamos no ano passado seria inviável sem o diálogo com o Congresso Nacional”, sublinhou.

Base elevada

Continua depois da publicidade

Claudemir Malaquias disse também que, apesar de os setores econômicos terem apresentado comportamentos diferentes no pós-pandemia, todos apresentaram um viés de recuperação que sustentaram o desempenho da arrecadação no ano passado.

Segundo ele, o resultado do ano passado foi positivo e, considerando somente o imposto de exportação de óleo cru, houve um resultado de R$ 4,4 bilhões em 2023. Já o programa de redução de litigiosidade, o Litígio Zero, somou R$ 5,6 bilhões.

Em relação ao comportamento da arrecadação do IRRF no ano passado, Malaquias destacou a influência da taxa Selic, com recolhimento extraordinário em dezembro proveniente da tributação de fundos de investimentos. “O resultado de 2023 veio após uma base muito elevada de arrecadação, e é por isso que tem representatividade”, avaliou.

Continua depois da publicidade

Leis aprovadas

Na apresentação de resultados da arrecadação federal no primeiro ano do governo Lula 3, Robinson Barreirinhas acenou ao Legislativo ao afirmar que o diálogo com o Congresso Nacional colaborou para os resultados da agenda econômica.

“No ano passado aprovamos leis que não se imaginava, como tributação de offshore e fundos exclusivos”, pontuou o secretário.