Para Lula, FHC “desmontou tese da Lava Jato” sobre seu acervo presidencial em depoimento a Moro

Ex-presidente tucano prestou depoimento ao juiz federal na manhã desta quinta e teor da fala foi divulgado no site do petista

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (9) ao juiz Sérgio Moro. Ele foi arrolado como testemunha de defesa de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e braço direito do ex-presidente petista. Okamato é réu no processo que apura o transporte do acervo presidencial de Lula depois que o petista deixou a Presidência. Os custos foram pagos pela empreiteira OAS e o Ministério Público afirma que o dinheiro veio de propina.

De acordo com o site oficial de Lula, que teve a publicação compartilhada também no Facebook do ex-presidente petista, FHC “desmontou” a tese da Operação Lava Jato sobre o acervo presidencial. Quando perguntado se isso é adicionado ao imposto de renda, ele disse que tal material não entra na sua declaração de bens, e que o valor desses objetos é histórico, não patrimonial.

Empresas como a Odebrecht contribuíram para seu Instituto, “não havendo nada de ilegal”, disse ele. FHC confirmou que houve uma reunião com empresários quando ainda era presidente, e que dela participou Emílio Odebrecht, mas que não se pediu doações nessa reunião, apenas foi verificado se havia espaço para a criação de um instituto. 

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“As declarações de Fernando Henrique Cardoso confirmam o que diz a defesa do ex-presidente: o acervo presidencial não são bens pessoais, não configurando vantagem indevida a sua manutenção, que é uma obrigação legal dos ex-presidentes”, afirmou a nota do site. 

De acordo com FHC, a troca de presentes entre presidentes e líderes de nações são formais e acabam por gerar um acervo presidencial. Segundo uma lei federal, cuja regulamentação foi estabelecida durante o governo do ex-presidente, o acervo pessoal é considerado de interesse público no Brasil. Segundo o ex-presidente tucano, o acervo de cada ex-presidente acabaria por se tornar “um problema”, já que o ex-mandatário passaria a possuir uma coleção de objetos que são de interesse público mas que geram demandas pessoais de depósito. 

Conforme afirma a publicação, no início da sessão, Moro deu um “bom dia especial ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso” e também o agradeceu duas vezes pelo depoimento, além de ter se desculpado com ele em três oportunidades, pelo tipo de pergunta que FHC tinha que responder e pela duração do depoimento.

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Durante o depoimento, o ex-presidente tucano afirmou ainda que a Fundação FHC jamais recebeu dinheiro por fora. “Não, não, não, absolutamente impossível”, disse ele, ao ser indagado por Moro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.