Para evitar “efeito-ovo”, governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma

Números sobre desmatamento, arrecadação, estudo do Ipea sobre miseráveis e dados do Ideb, que poderiam servir de munição para oposição, só serão revelados após 2º turno

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  Em meio a uma disputa eleitoral bastante acirrada, o Brasil chegará ao segundo turno da eleição presidencial sem dados sobre o desempenho dos alunos em português e matemática, além da arrecadação federal, o que poderia ser revertido negativamente para Dilma Rousseff (PT) e levar ao “efeito ovo”. 

E, conforme informa o jornal Folha de S. Paulo, só serão divulgados dados sobre desmatamento e um novo estudo de contingente de pobres e de miseráveis depois das eleições: os indicadores devem mostrar piora nas duas áreas. Por outro lado, diversas instituições do governo responsáveis pelos dados apontam questões técnicas, administrativas ou legais para o adiamento. 

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os dados de arrecadação devem ser conhecidos só na quarta-feira, 29. O histórico da Receita Federal mostra ser usual a divulgação mais cedo. Em 2013, foi em 22 de outubro. Neste ano, apenas abril teve divulgação no fim do mês, no dia 28. Em junho, por causa da Copa, ocorreu no dia 27. A expectativa é de que a arrecadação será menor do que a esperada pela gestão Dilma. 

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Técnicos do governo afirmam que “está uma paradeira geral” na área econômica nesta semana. Há decisões importantes que precisam ser tomadas até o fim do ano. A principal é a estratégia para a política fiscal. Com a piora das contas públicas em setembro, cujo anúncio ficou para a próxima semana, o governo terá de decidir se mudará a meta de superávit primário fixada para 2014 na Lei de Diretrizes Orçamentária. Uma fonte diz que a discussão está parada à espera do resultado das eleições.

Já o Ipea iria divulgar um estudo que analisará os números de miseráveis no País, mas foi adiado, o que motivou um diretor a pedir afastamento. Enquanto isso, o Ideb, deveria mostrar notas piores na prova nacional de matemática e português. 

Segundo o Estadão, ninguém quer repetir o chamado “efeito ovo”. O episódio foi provocado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, ao recomendar a troca de carne bovina por ovos ou frango por causa da inflação. A declaração alimentou a polêmica nas redes sociais e foi explorada na TV pelo candidato Aécio Neves (PSDB). Em resposta, Dilma teve de desautorizar publicamente o secretário.

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(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.