Para 90% dos manifestantes, Dilma é corrupta; Bolsonaro aparece como exemplo

Na avaliação de 64,20% dos entrevistados na Avenida Paulista, entregar o poder para um político honesto seria uma boa solução para a crise, enquanto uma opção para 43,70% seria colocar um juiz honesto no comando

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em matéria de corrupção, a presidente da República Dilma Rousseff só perde para o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). Essa é a avaliação dos entrevistados por uma pesquisa realizada nas manifestações do último domingo (16), na Avenida Paulista, em São Paulo. De acordo com o estudo coordenado por Esther Solano (Unifesp), Pablo Ortellado (USP) e Lucia Nader (Open Society), divulgado nesta terça-feira (18), Dilma é corrupta para 89,60%, contra 93,80% de Renan, 77% do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e 70% para Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na avaliação de 64,20% dos entrevistados, entregar o poder para um político honesto seria uma boa solução para a crise, enquanto uma opção para 43,70% seria colocar um juiz honesto no comando. 96% dos manifestantes paulistas ouvidos não estão satisfeitos com o sistema político vigente. Na avaliação sobre a gravidade de cinco escândalos de corrupção, são listados em ordem decrescente: Mensalão do PT (grave para 99%), Lava Jato (99%), Metrô (87,4%), Mensalão do PSDB (80,2%) e Zelotes (58,8%).

Em questionamento não estimulado sobre um político ou figura pública não corrupta, o nome do deputado Jair Bolsonaro lidera, com 9,63% das respostas, seguido pelo juiz Sérgio Moro (9,14%), do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa (8,64%) e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, empatados (7,65%).

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Para a maioria dos entrevistados, pagam-se muitos impostos mas os serviços públicos são ruins (95,6%), enquanto também ganha destaque a percepção de que a má qualidade dos serviços públicos se deve à má administração (93,8%). Para 88,9%, a má qualidade dos serviços públicos se deve à corrupção, ao passo que apenas 14,6% acreditam que faltam recursos para a prestação de serviços.

Ainda no campo político, 73,3% são contrários ao financiamento empresarial de campanha contra 17,8% favoráveis. Sobre o programa de saúde Mais Médicos, 74,8% são contra e apenas 21,2% defendem a ideia. Quanto à participação de organismos públicos sobre a vida dos cidadãos, 92,3% concordam que o Estado deve prover educação para todos os brasileiros, 88,6% concordam com o fato de o Estado prover serviços de saúde para todos, e 72,1% sobre o oferecimento de transporte coletivo para todos os cidadãos.

Foram entrevistados 405 manifestantes maiores de 16 anos, entre as 12h e as 17h30 do último domingo em toda a extensão da Avenida Paulista. A margem de erro máxima é de 4,9%, com intervalo de confiança de 95%. Ainda segundo o estudo, entre os manifestantes, 57,3% eram homens e 42,7% mulheres. 65% tinham ensino superior completo e 12,1%, incompleto. 73,6% eram brancos ao passo que apenas 5,70% se declararam negros. Para acessar o estudo completo, clique aqui.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.