Os ex-presidentes do BCs privatizariam a Petrobras? Para Arminio, ela já foi privatizada

"Acho que a Petrobras foi privatizada da pior maneira possível", afirmou Arminio; já para Gustavo Franco e Henrique Meirelles, foco seria em melhorar governança corporativa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em evento realizado nesta sexta-feira (13) em São Paulo, realizado pelo Instituto Millenium, três ex-presidentes do Banco Central se defrontaram com a seguinte pergunta: “algum de vocês privatizaria a Petrobras (PETR3;PETR4)?” As respostas divergiram, mas apontaram para algo parecido: as mudanças na companhia são necessárias (e urgentes).

De acordo com o ex-presidente do Banco Central entre 1999 e 2002, Armínio Fraga, a Petrobras já foi privatizada. “Acho que a Petrobras foi privatizada da pior maneira possível”, afirmou, em uma referência à forte elevação da dívida da companhia e também aos escândalos de corrupção que assolam a estatal. 

Já para Gustavo Franco, que comandou a instituição entre 1997 e 1999, destacou que a Petrobras entrou numa trajetória ruim, que não poderia ter acontecido, e muitas mudanças precisam ser realizadas. Contudo, ele afirmou que não seria prioridade do governo dele uma vez que a empresa já tem capital misto. Assim, a prioridade seria melhorar a governança corporativa da empresa. 

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Henrique Meirelles, que comandou o BC durante o governo Lula, entre 2003 e 2010, afirmou que “o mais importante é assegurar a qualidade de gestão” da estatal. “Os sócios, em última análise, são pessoas físicas, como quem investe na bolsa, e quem paga imposto”, disse durante o evento. 

A Petrobras divulgou seu resultado referente ao terceiro trimestre na noite da última quinta-feira (12) – e não agradou. A companhia mostrou um prejuízo líquido de R$ 3,76 bilhões e dívida total superior a R$ 500 bilhões, com impacto do dólar. O prejuízo, embora melhor do que o registrado há um ano (R$ 5,339 bilhões), veio abaixo da média das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 1,346 bilhão. Analistas, como é o caso do BTG Pactual, destacam que o resultado fraco traz necessidade de medidas mais agressivas da empresa, enquanto inesperadas provisões elevam incertezas sobre provisões futuras – mesma visão atribuída pelo Santander. “Fica a dúvida se a companhia irá fazer mais provisões no quarto trimestre, enquanto o foco nesse resultado deve ficar na questão dos dividendos à frente”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.