Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Previdência em compasso de espera, área de barragem evacuada e China-EUA sem acordo estão no radar dos investidores

Weruska Goeking

(Alan Santos/PR)

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SÃO PAULO – Sinais de que um acordo entre China e Estados Unidos está longe de acontecer, desaceleração das economias globais, reforma da Previdência em compasso de espera e novas complicações para a Vale estão no radar dos investidores domésticos.

“A contaminação do ambiente externo com dúvidas sobre o projeto da Previdência, quanto ao seu escopo (idade mínima e regra de transição) e timing de aprovação, deixam o mercado mais defensivo”, afirma Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. 

Veja no que ficar de olho nesta sexta-feira (8):

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1. Bolsas mundiais

Os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura em queda diante das preocupações com o comércio. Na tarde de ontem, o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que os Estados Unidos e a China estão longe de fechar um acordo comercial, azedando os mercados por lá na véspera.

Além disso, é improvável que um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping aconteça antes do término da trégua na guerra comercial entre os países, que termina neste mês. Questionado durante um evento no Salão Oval se haveria uma reunião antes de 1º de março, Trump disse: “não”.

As preocupações com o crescimento global também pesam no humor dos investidores após a Comissão Europeia anunciar o corte drástico de suas previsões para o crescimento do bloco econômico, uma vez que enfrenta uma série de desafios domésticos, além da tensão comercial global. 

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As bolsas europeias operam perto da estabilidade e as bolsas asiáticas encerraram em queda com as novas preocupações sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Não chegar a um acordo significa que o governo Trump irá impor tarifas adicionais aos produtos chineses. 

Vale lembrar que a bolsa na China permanece fechada ao longo desta semana devido ao Ano Novo Lunar e o mercado de Hong Kong voltou a operar hoje após os quatro dias de feriado.

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Os preços do petróleo operam em queda por cautela com crescimento global e incertezas sobre as disputas comerciais entre China e Estados Unidos. 

Os futuros de minério subiram mais de 5% para nível mais alto desde 2014 sob a preocupação de que a crise cada vez mais severa da Vale reduzirá o fornecimento global, trazendo condições mais apertadas ao mercado transoceânico e compensando o impacto de uma desaceleração na China, o maior importador.

O Goldman Sachs alertou que poderia haver “interrupção significativa” para a oferta brasileira no curto prazo, e os preços deverão ser elevados e voláteis, já que a produção em outros lugares não pode ser ajustada com rapidez suficiente para compensar a escassez, de acordo com um relatório do banco.

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Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 7h55 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,35%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,32%

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*Nasdaq Futuro (EUA) -0,49%

*DAX (Alemanha) -0,12%

*FTSE (Reino Unido) +0,14%

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*CAC-40 (França) +0,04%

*FTSE MIB (Itália) +0,18%

*Nikkei (Japão) -2,01% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,16% (fechado)

*Petróleo WTI -0,25%, a US$ 52,51 o barril

*Petróleo brent +0,10%, a US$ 61,69 o barril

*Bitcoin US$ 3.382 +0,30%
R$ 12.602 +0,11% (nas últimas 24 horas)

2. Conexão Brasília

O Conexão Brasília desta semana recebe Manoel Fernandes, diretor da BITES, empresa especializada na análise de dados digitais. Na pauta, o papel das redes sociais como fator de mobilização da opinião pública e de crescente pressão sobre as atividades do mundo político.

Quais são as virtudes e os riscos que o ganho de importância desta variável traz para a democracia representativa no Brasil? Como as mídias digitais poderão influenciar na construção de governabilidade e na condução de pautas prioritárias da gestão do presidente Jair Bolsonaro? E o que acontece com agendas impopulares nesse contexto?

O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília), pela IMTV e página do InfoMoney no Facebook.

3. Agenda econômica 

O principal indicador no Brasil é a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, às 9h (de Brasília). A mediana da pesquisa feita pela Bloomberg com o mercado projeta alta de 0,37% ante dezembro e uma variação anual de 3,82%.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

4. Reforma da Previdência

O mercado está em atenção com a saúde do presidente Jair Bolsonaro, que pode implicar em atrasos no ritmo da reforma da Previdência. Bolsonaro segue na unidade de tratamento semi-intensivo, com pneumonia e sem prazo para alta. 

Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o presidente terá que tomar decisões importantes sobre a reforma quando deixar o hospital e que é preciso respeitar esse período de recuperação. Perguntado se há uma preocupação com as discussões sobre a reforma diante da informação de que Bolsonaro está com pneumonia, ele encerrou a entrevista que ocorria em frente à residência oficial do Senado, informa o jornal Valor Econômico. 

O prolongamento da internação e a resistência interna em ver o vice-presidente general Hamilton Mourão no comando do país colocam em compasso de espera decisões estratégicas para o país, que incluem ainda o acordo sobre a cessão onerosa do excedente da Petrobras e a medida provisória do recadastramento de armas, aponta reportagem do Valor.

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Enquanto isso, os integrantes da equipe econômica foram convencidos de que tentar aprovar a reforma na Câmara em março, como chegou a ser cogitado, poderia causar resistência política e contestação jurídica no STF (Supremo Tribunal Federal) e impôs um recuo no plano. “O risco jurídico e político será infinitamente menor se a tramitação da reforma da Previdência seguir o tiro normal de uma nova PEC”, afirmou um ministro ao G1.

Vale lembrar que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, afirmou em entrevista à GloboNews que votar a reforma da Previdência sem respeitar os prazos regimentais pode transformar a Câmara em um “campo de guerra”. 

5. Noticiário corporativo

>> A Vale deu início a uma evacuação em Barão de Cocais (MG) — a 100 km de Belo Horizonte — na última madrugada e cerca de 500 pessoas serão realocadas. A ANM (Agência Nacional de Mineração) determinou a implantação do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração após uma empresa de consultoria negar a estabilidade da estrutura.

De acordo com a mineradora, as inspeções na barragem estão sendo intensificadas e a evacuação é uma medida é preventiva.

Ainda no radar da mineradora, o G1 teve acesso aos depoimentos dos funcionários e terceirizados que foram presos após o desastre em Brumadinho e publica que os sensores da estrutura da barragem que se rompeu em 25 de janeiro apontaram uma leitura com “anormalidade” no dia 10 de janeiro. 

De acordo com o depoimento de um geólogo, que já foi solto, as leituras mostravam que, caso o piezômetro não estivesse com problemas, “seria um sinal de que a barragem estaria com problemas”.

>> A Petrobras provisionará mais de US$ 600 milhões referentes à sentença de arbitragem movida pela Vantage Deepwater Company e Vantage Deepwater Drilling contra a companhia e subsidiárias. De acordo com a estatal, o efeito decorrente do provisionamento será reconhecido no resultado consolidado do quarto trimestre de 2018.

>> A BR Distribuidora informou que o assessor financeiro BR Partners iniciou a etapa de avaliação e seleção de potenciais interessados em parceria estratégica no segmento de lojas de conveniência BR Mania. Segundo a distribuidora de combustíveis da Petrobras, os interessados não estão restritos ao setor de conveniência, mas também são atuantes nas áreas de varejo e tecnologia.

>> A Lojas Renner reportou lucro líquido de R$ 439,8 milhões no quarto trimestre de 2018, expansão de 32,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No ano de 2018, o lucro acumulado da Renner chega a R$ 1,020 bilhão, crescimento de 39,2% ante 2017.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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