Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Tramitação da reforma da Previdência, reuniões entre China e EUA e balanços estão no radar dos investidores

Weruska Goeking

(Valter Campanato/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – A tão esperada reforma da Previdência chegou ao Congresso do jeito que o mercado queria: ampla e robusta. No entanto, o caminho é cheio de desafios e são essas dificuldades – e cada vitória e derrota do governo Bolsonaro – que serão monitoradas pelos investidores daqui para frente. 

Bancos e consultorias políticas como a Eurasia Group, o Goldman Sachs e o Barclays veem que a reforma se desidratará, ficando entre R$ 400 bilhões e R$ 600 bilhões ante o valor de R$ 1,16 trilhão previsto pelo governo. Centrão já começa a impor condições para tratar do assunto, enquanto a oposição – como já esperado – começa a subir muros. 

Enquanto digere o encaminhamento da reforma e seus ruídos políticos, o mercado acompanha com atenção as reuniões entre China e Estados Unidos com a intenção de colocar fim à guerra comercial que pode levar a uma alta nas tarifas dos produtos chineses em 1º de março. Donald Trump já sinalizou otimismo com as conversas, mas a verdade é que ainda não há nada concreto sobre uma resolução ou eventual adiamento do prazo. 

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A agenda corporativa também traz balanços importantes, como CSN e Magazine Luiza. 

Veja no que ficar de olho nesta quinta-feira (21):

1. Bolsas mundiais

Os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura com alta discreta à espera de novidades sobre a rodada de negociações entre China e Estados Unidos que acontece nesta semana. 

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Começa hoje a segunda parte das negociações, envolvendo funcionários de alto escalão. A equipe americana será liderada pelo Representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e incluirá o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o Secretário do Comércio, Wilbur Ross. O Ministério do Comércio chinês informou que o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, participará das conversas.

As bolsas europeias operam em queda digerindo indicadores econômicos e também à espera de novidades sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que mede a atividade nos setores industrial e de serviços, subiu de 51 em janeiro a 51,4 em fevereiro, atingindo o maior nível em três meses, segundo dados preliminares.

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No entanto, a indústria desapontou. O PMI industrial do bloco econômico caiu de 50,5 em janeiro para 49,2 em fevereiro, com a leitura abaixo de 50 mostrando contração na atividade. Além disso, é o menor patamar do PMI industrial em 68 meses.

As bolsas asiáticas encerraram em direções mistas com o mercado digerindo a ata do Federal Reserve divulgada ontem, que pressionou os mercados emergentes, e os resultados da Lenovo, que superaram as expectativas dos investidores.

No mercado de commodities, os preços do petróleo tentam a sétima alta consecutiva em meio aos cortes de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Analistas apontam, no entanto, que a desaceleração econômica global está limitando a valorização. O minério de ferro cai 1% no mercado futuro de Dalian.

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Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 7h55 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,07%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,11%

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*Nasdaq Futuro (EUA) +0,20%

*DAX (Alemanha) +0,06%

*FTSE (Reino Unido) -0,70%

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*CAC-40 (França) -0,09%

*FTSE MIB (Itália) -0,56%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,41% (fechado)

*Xangai (China) -0,34% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,15% (fechado)

*Petróleo WTI +0,07%, a US$ 57,20 o barril

*Petróleo brent -0,16%, a US$ 66,97 o barril

*Bitcoin US$ 3.898 -0,98%
R$ 14.868 +1,03% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,13%, a 615,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Reforma da Previdência 

Após a entrega da tão esperada reforma da Previdência ao Congresso, o mercado sonda agora o tempo de tramitação e as alterações que poderá sofrer na Câmara e no Senado. A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, calcula que a reforma teria, hoje, de 180 a 200 votos caso fosse colocada em pauta na Câmara, informa a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Os números ainda estão muito distantes dos 308 necessários para aprová-la.

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Enquanto o governo faz contas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse que irá determinar a instalação da Comissão de Constituição e Justiça da Casa na próxima terça-feira (26) para iniciar a tramitação da reforma da Previdência.

Maia destacou que a ida de Jair Bolsonaro ao Congresso para entregar a proposta de reforma melhora os ânimos da Casa. Sua previsão é de que a reforma pode ser aprovada pelos deputados até o fim do primeiro semestre, mas terá que enfrentar o que é, em sua opinião, o maior problema no Legislativo: a comunicação.

Essa parece ser uma importante missão, uma vez que até mesmo o Centrão sinaliza que colocará empecilhos. Os partidos de centro e centro-direita querem bloquear a tramitação da reforma até que haja mudança na articulação política do Planalto, informa a Folha de S. Paulo. Os mais insatisfeitos defendem que a Câmara só comece a debater o tema após a entrega do projeto que tratará da reforma dos militares, que deve ser encaminhado em 30 dias.

Do outro lado, os líderes dos partidos de oposição a proposta de reforma, argumentando que as regras de transição não estão claras e é necessário rever a idade mínima para homens e mulheres. A oposição promete dificultar a tramitação do texto no Congresso e articula mobilizações em defesa de mudanças na proposta.

Há ainda a resistência de setores organizados da sociedade, com os sindicatos. Na tentativa de defender a reforma para a população e evitar forças da sociedade civil contrárias à aprovação ganhe força, Bolsonaro fez um pronunciamento de três minutos em rede nacional de televisão e rádio. Ele apresentou a reforma da Previdência e defendeu a necessidade da mudança para que o “país não quebre”.

Bolsonaro reforçou que ninguém ficará de fora, sendo que a classe política, os trabalhadores rurais, públicos e privados estarão na reforma, e citou ainda que haverá mudança no regime de proteção dos militares.

Em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), na noite de ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os agentes públicos estão comprometidos com a reforma da Previdência. Guedes afirmou que se reuniu com parlamentares, prefeitos e governadores, e as sinalizações em relação à proposta enviada  ao Congresso são positivas. Guedes lembrou ainda que a reforma da Previdência vem sendo adiada há décadas.

3. Agenda econômica 

No Brasil, o principal indicador é o o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), divulgado às 9h (de Brasília). A estimativa mediana do mercado, segundo a Bloomberg, é de alta de 0,36% em fevereiro e de 3,76% nos últimos 12 meses.

Os Estados Unidos ganha as atenções a partir de 10h, com dados de seguro-desemprego, bens duráveis, indicadores antecedentes e revendas de imóveis.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

4. Noticiário político

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou a regra que obriga a participação de pessoas físicas e jurídicas no cadastro positivo. A mudança na proposta original fará com que o PLP 441/17 retorne ao Senado para nova votação. 

A regra que cria o cadastro em si já havia sido aprovada, mas faltava a votação de destaques complementares apresentados pelos partidos. Os defensores do projeto afirmam que o cadastro positivo tem potencial de diminuir juros em transações de crédito. Já os críticos temem exposição demasiada dos consumidores e potenciais vazamentos de informações sigilosas. 

Segundo o texto aprovado, a quebra de sigilo por parte dos gestores de banco de dados, como no caso de permitir o vazamento de informações sobre o cadastrado, será punida com reclusão de 1 a 4 anos e multa, conforme prevê a lei do sigilo (Lei Complementar 105/01).

5. Noticiário corporativo

>> A Vale assinou um acordo em que se comprometeu a pagar uma indenização em dinheiro a cada um dos moradores de Brumadinho (MG) durante um ano, após o rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão no dia 25 de janeiro, que deixou 171 mortos e 139 desaparecidos. A mineradora deverá pagar um salário mínimo mensal (R$ 998) para cada adulto, meio salário mínimo (R$ 499) para cada adolescente e um quarto de salário (R$ 249,50) para cada criança por 12 meses. 

>> A Ultrapar teve lucro líquido de R$ 495,6 milhões no quarto trimestre, resultado 27,3% maior que o de um ano antes. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 993 milhões, queda de 5% ano a ano. A receita, por sua vez, recuou 10%, para R$ 23,47 bilhões.

A companhia informou que seu conselho de administração aprovou também um desdobramento de ações na razão de uma para duas. A empresa ainda comunicou que pagará R$ 380,3 milhões em dividendos aos acionistas, correspondentes a R$ 0,70 por ação. Os papéis ficam “ex” em 1 de março.

>> A CSN registrou lucro líquido de R$ 1,77 bilhão, uma expressiva alta de 369% ante os R$ 377 milhões apresentados um ano antes, favorecido pelo reconhecimento de créditos fiscais. O ebitda ajustado somou R$ 1,56 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 30% sobre um ano antes.

>> A Petrobras anunciou alta de 1,23% no preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, válido para quinta-feira, 21, para R$ 1,6538. Além disso, a estatal manteve sem alteração o preço do diesel, em R$ 2,0505, conforme tabela disponível no site da empresa.

Em dezembro, a Petrobras anunciou um mecanismo de proteção complementar em que ela pode alterar a frequência dos reajustes diários do preço do diesel no mercado interno em momento de elevada volatilidade, podendo mantê-lo estável por curtos períodos de tempo de até sete dias, “conciliando seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral”.

O hedge da gasolina, que passou a ser adotado em setembro, permite a empresa manter os valores estáveis nas refinarias por até 15 dias.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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