Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o mercado brasileiro tem como destaque a aprovação da reforma trabalhista no Senado por um placar mais dilatado do que o esperado, mas que não deve ser tão comemorado por Michel Temer, dado o cenário desafiador que ele enfrenta pela frente. O exterior também é movimentado, com atenção para a fala de Janet Yellen no Congresso dos EUA e para os dados de petróleo. Confira os destaques desta quarta-feira:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de ganhos para as principais bolsas europeias, mas ainda segue de olho no imbróglio político dos EUA após noticiário sobre email trocado pelo filho de Trump com representantes da Rússia.

O mercado, contudo, tem alívio após a fala da dirigente do Federal Reserve, Lael Brainard, mostrando-se cautelosa com altas adicionais de juros e reduzindo receio sobre a autoridade monetária antes de testemunho da chairwoman Janet Yellen no Congresso americano. Na agenda econômica, a  produção industrial da zona do euro avançou 1,3% na passagem de abril para maio, bem acima dos 0,8% previstos por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. 

Na Ásia, os mercados acionários da China reverteram ganhos anteriores e fecharam em baixa nesta quarta-feira, também de olho no depoimento de Yellen. 

Entre as commodities, o petróleo avança pelo 3º dia após API apontar queda dos estoques americanos, que também deve ser revelada pelos números do DOE no final da manhã desta quarta, segundo economistas pesquisados pela Bloomberg. Já o minério de ferro cai em Qingdao e tem leves ganhos em Dalian. 

Às 8h19, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,89%

*FTSE (Reino Unido) +0,87%

*DAX (Alemanha) +0,67% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,64% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,16% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,48% (fechado)

*Petróleo WTI +1,60%, a US$ 45,76 o barril

*Petróleo brent +1,39%, a US$ 48,18 o barril

*Minério de ferro 62% spot negociado no porto de Qingdao, na China, -2,06%, a US$ 64,05 por tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,20%, a 489 iuanes

2. Noticiário político

A reforma trabalhista foi aprovada com 50 votos a 26 e 1 abstenção. Apesar do tumulto causada pela ocupação da mesa por senadoras da oposição, o placar superou as estimativas mais otimistas apontadas ontem por jornais e, segundo a Folha de S. Paulo, teria surpreendido o próprio presidente Michel Temer. Mas, se por um lado a aprovação mostra Temer capaz de tocar mudanças econômicas, também sugere que reformas são agenda independente do presidente.

O Plenário também derrubou os três destaques apresentados pela oposição. Em declaração à imprensa logo após o término da sessão do Senado, Temer destacou o placar “por expressiva maioria” revelando “até uma maioria constitucional”. Contudo, vale destacar que, para acelerar a tramitação no Congresso, o presidente estabeleceu um compromisso com senadores para apresentar uma Medida Provisória para alterar certos pontos polêmicos da reforma. Em contraponto, o presidente da Câmara Rodrigo Maia usou o Twitter para dizer que a Casa não aceitará MP que altere a reforma trabalhista. Além disso, mesmo com a vitória do governo, o cenário para Temer segue nebuloso: vale destacar que o PSDB afirmou que poderia desembarcar do governo após a aprovação da reforma trabalhista. 

Além das repercussões sobre a aprovação da reforma, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado faz hoje a sabatina da procuradora Raquel Dodge, indicada para o cargo de procuradora-geral da República por Temer. Caso seja aprovada, ela substituirá o atual procurador-geral, Rodrigo Janot, cujo mandato no comando do órgão termina em setembro. A sabatina está prevista para começar às 10h. Logo após a sabatina, os membros da CCJ vão decidir, em votação secreta, se aceitam ou não a indicação. Caso aceitem, o nome de Raquel Dodge passará por uma segunda e última votação, desta vez no plenário do Senado.

Por fim, após a leitura na segunda-feira do parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) a favor da denúncia contra Michel Temer, os membros da CCJ devem começar a fase de debates em torno do parecer. A expectativa é que a discussão se estenda por mais de 40 horas, já que a presidência da comissão permitiu que todos os 66 membros e seus respectivos suplentes tenham direito à fala por até 15 minutos. Vale destacar que a Executiva Nacional do PMDB se reúne para decidir se fecha questão em torno da votação da denúncia. Segundo o vice-líder do governo na Casa, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), a tendência é que o partido decida por fechar questão pelo voto contrário ao prosseguimento da denúncia contra Temer. Segundo a Folha, além do PMDB, também PP, PR e PSD reúnem- se para fechar questão contra a denúncia.  

Maia defendeu ontem que a denúncia seja analisada pelo plenário da Câmara o mais rápido possível, de preferência antes de agosto, e afirmou que a Casa precisa retomar a agenda de reformas.

3. Agenda econômica

A agenda econômica é movimentada. Às 11h (horário de Brasília), a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen falará no Congresso americano e pode dar novos sinais sobre a política monetária. Vale destacar que, de acordo com o site Politico, é cada vez mais improvável que Trump nomeie Yellen para um segundo mandato no cargo. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Gary Cohn, é o favorito para sucedê-la, disse o veículo de notícias, citando quatro pessoas próximas ao processo.

Além de Yellen, a dirigente do Fed de Kansas, Esther George, fará discurso às 15h15. 

Já às 15h também será apresentado o Livro Bege, que apesar de trazer menos informações importantes que as reuniões do Fed, ajuda a mostrar para o mercado a visão da autoridade americana sobre a economia do país. Ainda nos EUA, atenção para a divulgação do estoque de petróleo semanal do país, um importante vetor para os preços da commodity. 

No Brasil, o grande destaque fica para os dados de venda no varejo às 9h a serem revelados pelo IBGE. As vendas no setor devem ter crescido 0,3% em maio em comparação mês a mês, de acordo com estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois da alta de 1% na medição anterior. Já às 12h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal. 

4. InfoMoneyTV

O InfoMoney realiza hoje mais uma edição do Especial Setores do 2° Semestre com análise dos bancos, Cielo e B3 – união entre BM&FBovespa e Cetip. Os convidados do programa são os analistas Francisco Kops, da Garde Asset, e Paulo Ghedini, da Perfin Investimentos. O programa vai ao ar às 14h na InfoMoneyTV.

5. Noticiário corporativo

Em destaque, a Petrobras aprovou oferta pública de ações da BR Distribuidora. A subsidiária pretende aderir ao segmento especial do mercado de ações da B3, denominado Novo Mercado. Ainda sobre a companhia, a CVM aceitou recurso contra republicações de balanços relativas aos exercícios sociais de 2013, 2014, 2015 e 2016, em função de suposta utilização indevida da prática de contabilidade de hedge. 

Destaque ainda para a prévia operacional da Rodobens: as vendas líquidas foram de R$ 57 milhões no segundo trimestre de 2017, montante 3 vezes maior que no mesmo período do ano passado. A JBS também segue em destaque: três plantas da Seara foram suspensas para exportação de frango para União Europeia. Já a QGEP vendeu participação no Bloco BM-S-8 para Statoil por US$ 379 milhões. O Cade recomendou a impugnação de operação Itaú Unibanco e Citibank, enquanto os minoritários da Prumo levam briga sobre OPA à CVM, afirma a Coluna da Broad.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.