Os 3 sinais que apontam que o relator do TSE deve pedir a cassação de Michel Temer

Relator Herman Benjamin insistiu em três pontos durante os depoimentos tomados, aponta a Folha

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  O relator da ação que pode levar à cassação da chapa de Dilma Rousseff – Michel Temer nas eleições de 2014, o ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), concluiu na última segunda-feira (27) o relatório final do processo e encaminhou aos outros ministros da Corte Eleitoral. O julgamento da ação pode começar na próxima semana, informou a assessoria de imprensa do tribunal. 

E, conforme informa o jornal Folha de S. Paulo, algumas perguntas feitas a delatores da Odebrechet indicam ao menos três pontos que devem ser utilizados para embasar sua posição no processo que pode cassar a chapa. Ele insistiu em questionamentos sobre os temas e chegou a indicar, mesmo que de forma discreta, o seu posicionamento durante as oitivas. A expectativa é que ele peça a cassação da chapa. 

Os três pontos são: i) insistência por ele sobre o uso de R$ 50 milhões em propina na campanha que seria fruto, segundo os delatores, de contrapartida pela aprovação da medida provisória 470, apelidada de Refis da Crise, em 2009; ii)  pagamento de R$ 25 milhões, via caixa 2, para “comprar” (segundo termo usado nos relatos) o apoio de partidos à chapa vencedora de 2014 e aumentar o espaço de propaganda na televisão e iii) gastos não declarados de ao menos R$ 16 milhões com o marqueteiro João Santana. 

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Conforme destaca o jornal, para entender o processo de aprovação da MP 470, Benjamin fez ao menos 25 perguntas somente a Marcelo Odebrecht. Além de querer saber se o dinheiro foi ou não utilizado na campanha de 2014, também buscou esclarecer se trata-se de caixa 2 “puro”, uma doação não contabilizada, ou se foi um ato de corrupção, quando envolve promessa ou ato em troca de uma vantagem indevida. 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.