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SÃO PAULO – O possível adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro praticamente enterra o “sonho” do presidente Michel Temer em aprovar a proposta. Com essa frase, o jornal O Globo destaca a avaliação geral sobre o quadro para a reforma após a “trapalhada” de comunicação na véspera.
As falas do senador Romero Jucá, um dos principais líderes do PMDB, sobre o suposto acordo para adiar a reforma da Previdência para 2018 são destaques nos jornais e ofuscam expectativa para leituras do projeto na Câmara nesta quinta-feira. Os líderes do governo negaram o acordo, mas Jucá seguiu com o mesmo tom em fala para a Folha. “Eu acho que o governo tem que falar a verdade, não adianta o governo mistificar. A Câmara pode discutir a reforma no plenário, mas número para votar só quando tiver os 308 votos (placar mínimo necessário), e esse sinal, essa fumaça branca, não foi dada ainda pelos líderes do governo na Câmara”, afirmou o senador.
Os jornais também destacam o que pode ter motivado o movimento de Jucá. Ele teria feito isso na tentativa de acalmar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que queria votar o Orçamento do próximo ano nesta semana, o que sacramentaria o recesso. Já o Estadão informa, sem citar maiores detalhes, que o real motivo da postergação da votação da reforma da Previdência não foi exatamente a busca dos 308 votos pelo governo e sim uma “briga” entre Eunício e Rodrigo Maia, presidente da Câmara.
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Em entrevista à Bloomberg, a consultoria Arko destacou que a “confusão” mostrou sinais de que o governo está longe de voto, consenso e data. “O descompasso entre Congresso e Executivo é até surpreendente, dada a normal capacidade de articulação desse governo junto ao Congresso, ainda mais vindo de aliado como Romero Jucá”. E apontam: “é improvável que a reforma seja aprovada sob governo de Michel Temer”.
Já a LCA Consultores ressalta que, se realmente a previdência for adiada para a fevereiro, o governo acabou ganhando mais tempo para caçar os votos necessários à aprovação e terá a seu favor a ideia de que o Senado votará rapidamente a proposta caso passe pela Câmara. “Mas, com as eleições batendo à porta, é ver para crer. Neste momento, fica difícil acreditar que a tal data será fevereiro, ao menos não fevereiro de 2018”, aponta a consultoria.
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