“O prédio estremeceu e do nada escutamos o barulho”, diz testemunha do acidente

Segundo moradora da região, avião passou por cima do seu prédio, que fica localizado a duas quadras do local do acidente, exatamente às 9h59 (horário de Brasília); Eduardo Campos, candidato à presidente, morreu nesta manhã

Paula Barra

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SÃO PAULO – O acidente que matou o candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), na tarde desta quarta-feira (13) ocorreu no bairro residencial Boqueirão, em Santos, litoral paulista. Segundo moradora da região, o avião passou por cima do seu prédio, que fica localizado a duas quadras do local do acidente, às 9h59 (horário de Brasília).

“O prédio estremeceu inteiro e do nada escutamos o barulho. Quando abrimos a janela o avião já estava pegando fogo”, disse Karina Carneira, de Santos. Segundo ela, o acidente deixou todo mundo em choque. 

No momento, houve muita movimentação no local, mas agora já estava mais tranquilo. “Nunca fico em casa esse horário e quando fui levar minha irmã na escola o prédio estremeceu”, disse. O acidente, que matou sete pessoas nesta manhã, ocorreu entre as as Ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu, perto do Canal 3. 

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“Descobrimos depois com a imprensa local que o avião era dele. As especulações iniciais giravam em torno de que fosse um grande empresário da região”, disse Karina. A avião caiu sobre uma academia de ginástica no bairro Boqueirão. “Muitas pessoas saíram com ferimentos leves da academia”, informou. 

Tripulantes que estavam no voo
Nesta tarde, o PSB nacional confirmou que estavam em companhia do candidato à Presidência da República pela coligação Unidos para o Brasil, os assessores Pedro Valadares, assessor direto; Carlos Augusto Percol, assessor de imprensa; Marcelo Lira, cinegrafista; e Alexandre Severo, fotógrafo oficial, além dos pilotos da aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, Marcos Martins e Geraldo da Cunha. O avião caiu hoje em Santos matando todos os ocupantes.

De acordo com o Comando da Aeronáutica, o Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). O avião estava com o certificado de aeronavegabilidade e a inspeção anual de manutenção em dia. Quando se preparava para pouso, a aeronave arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o avião.

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O presidenciável era esperado em Santos, e seria recebido pelo amigo deputado federal Mario França, do PSB, que fez contato com Campos pela última vez por volta das 9h30 (horário de Brasília).

Pernambucano, o candidato era neto de Miguel Arraes, que governou o estado três vezes e, coincidentemente, faleceu há nove anos, também no dia 13 de agosto. Eduardo Campos era filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes. Duas vezes governador de Pernambuco, ele também foi deputado estadual, três vezes deputado federal, secretário estadual de Governo e de Fazenda e ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

(Com Agência Brasil)