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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos que participou da reunião desta quinta-feira (31) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, para tratar da crise na segurança pública, elogiou a iniciativa do governo federal, mas ponderou que o tema não se esgota em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Antes da fala dos governadores, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentou a chamada PEC da Segurança, que deve ser encaminhada ao Congresso Nacional.
A ideia do ministro é realizar “mudanças estruturais” na área. Segundo Lewandowski, o modelo estabelecido pela Constituição de 1988 “está absolutamente superado pela dinâmica da criminalidade”.
Entre as mudanças propostas, estão a ampliação da participação do governo federal, a integração das polícias, o reforço ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e o aumento de responsabilidades da União.
Lewandowski também propõe a criação de uma nova polícia, comandada pelo governo federal, que tenha mais poderes para fazer o policiamento ostensivo (veja aqui os principais pontos da PEC).
“O assunto não pode ficar restrito à PEC. Talvez a PEC, por si só, não tenha a capacidade de resolver o problema da segurança pública que tanto nos assola”, alertou Tarcísio – cotado como um dos possíveis candidatos à Presidência da República nas eleições de 2026.
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“Estabelecer um grupo de trabalho e formular uma série de propostas que vêm em complemento são coisas que podem nos ajudar. Uma coisa que nos preocupa muito é a transposição do ilícito nos negócios lícitos, e isso vai drenando a competitividade”, prosseguiu o governador de São Paulo.
Infiltração do crime
No pronunciamento, Tarcísio chamou atenção para a infiltração do crime organizado, por exemplo, nos postos de gasolina.
“Temos um problema sério com o setor dos combustíveis, que é um dos preferidos pelos criminosos para a lavagem de dinheiro”, disse o governador.
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“Se houvesse uma coordenação melhor daquilo que o Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] produz, com os Gaecos nos estados e com a polícia, a gente poderia agir com mais profundidade. Às vezes, falta o insumo, falta mais acesso às informações que a inteligência produz”, completou Tarcísio.
Fronteiras
O governador paulista também destacou a necessidade de controlar melhor as fronteiras.
“Talvez esteja na hora de a gente pensar em um sistema nacional de controle de fronteiras. Alguns estados já construíram soluções locais que têm sido efetivas, como batalhões de fronteiras”, mencionou.