“Nosso povo saberá impedir quaisquer retrocessos”, diz Dilma na ONU

A fala da presidente não tratou diretamente do processo de impeachment que sofre, mas foi um recado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Durante sua polêmica visita a Nova York para a assinatura do acordo climático construído no ano passado em Paris pela ONU (Organização das Nações Unidas), a presidente Dilma Rousseff fez um discurso manifestando os compromissos do o Brasil com o cumprimento de metas ambiciosas para o combate aos efeitos nocivos das ações antrópicas sobre o meio ambiente. No entanto, foi o final de sua fala que chamou mais atenção, quando argumentou que não poderia deixar de falar na tribuna sobre o atual momento que o país vive.

“Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia”, disse Dilma em seu breve discurso na tribuna. A fala da presidente não apontou diretamente o processo de impeachment que sofre, nem caminhou para uma defesa direta ao próprio mandato. “Nosso povo é um povo trabalhador, e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos”, restringiu-se a dizer a presidente, em um tom que caberia interpretação sobre eventual governo Michel Temer.

Dilma aproveitou ainda para agradecer aos posicionamentos de lideranças internacionais de modo contrário ao processo que ocorre no Brasil — caso de organismos regionais como a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), União das Nações Sul-Americanas, OEA (Organização dos Estados Americanos), do EACDH (Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos). “Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim a solidariedade”, disse a presidente brasileira.

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Sessão na ONU
O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe de Estado a discursar hoje (22) na sessão. Representantes de cerca de 160 países assinam o acordo de Paris, que objetiva combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A cerimônia de assinatura do documento, fechado em dezembro de 2015, depois de difíceis negociações entre 195 países e a União Europeia, ocorre na sede da ONU, no Dia Mundial da Terra.

Para entrar em vigor em 2020, o acordo, no entanto, só se concretizará quando for ratificado por 55 nações responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases de efeito de estufa. Depois da adoção do texto em Paris, ainda é necessária a assinatura do acordo, até fim de abril de 2017, seguida da ratificação nacional, conforme as regras de cada país, podendo ser por meio de votação no parlamento ou de decreto-lei, por exemplo.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.