Não se engane: Lula tem pouca chance de vencer a eleição presidencial de 2018, diz Eurasia

Há dois motivos para tanto: a possibilidade dele virar "ficha-suja" e a alta rejeição do ex-presidente

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo “movimentos claros” para se posicionar como  candidato do Partido dos Trabalhadores em eleições presidenciais de 2018. Além disso, algumas pesquisas de opinião mostraram que ele ganharia em todos os cenários de segundo turno (caso da CNT/MDA de meados de fevereiro). Porém, há grandes obstáculos em seu caminho até o Palácio do Planalto. 

Segundo a consultoria de risco político Eurasia,  diante de riscos legais, há boa chance de Lula ser impossibilitado de competir em disputa. Lula é réu em cinco processos, sendo três na Operação Lava Jato, um na Zelotes e um na Janus. Se condenado em segunda instância, ele não poderá concorrer a cargos públicos. Segundo a Lei da Ficha Limpa, candidatos que tenham sido condenados por um órgão colegiado são impedidos de disputarem nova eleição ou assumir um novo mandato –ainda que caiba recurso. 

Além disso, a base de suporte de Lula é robusta no Nordeste, o que o tornaria competitivo no primeiro turno. Porém, seus números de rejeição nos outros lugares do país atingem 76% e não devem melhorar, afirma a Eurasia. As investigações em curso e processos judiciais devem produzir manchetes que vão continuar a prejudicar a imagem de Lula ao longo dos próximos dois anos. 

Continua depois da publicidade

“Em um contexto onde eleitores estão furiosos com todos os políticos e o PT ainda é associado à enorme recessão que o país enfrenta, isso dificulta que Lula avance muito além do seu grupo de fiéis seguidores”, afirma a consultoria.

(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.