Não, o procurador da Lava Jato não disse: “não temos prova, mas temos convicção”

Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon não disseram literalmente a frase viralizou em denúncia contra Lula - mas usaram os termos

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Não foi somente a apresentação de PowerPoint do Ministério Público sobre a denúncia contra Lula que ganhou as redes sociais entre a última quarta e a tarde desta quinta-feira (15). A frase “não temos prova, mas temos convicção”, atribuída aos procuradores da República que fizeram a apresentação ontem, especialmente Deltan Dallagnol, foi tema de diversos memes e foi reproduzida por diversos sites. 

Contudo, a frase, muito usada para defender o ex-presidente petista e que provocou tanta polêmica na internet, não foi dita pelos procuradores, conforme ressalta análise feita pelo G1A suposta frase junta falas de dois procuradores, Deltan Dallagnol e Roberson Henrique Pozzobon, que foram ditas em momentos distintos da apresentação.

Dallagnol fala, num primeiro momento, fala sobre convicção sobre o esquema de corrupção investigado na Lava Jato. “Provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e todas essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente, formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato.”

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Depois, mais à frente, Pozzobon afirmou: “precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade”, afirma o procurador.

Já durante entrevista coletiva, Dallagnol voltou a usar o termo convicção: “dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção com base em tudo que nos expusemos é que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder nesse esquema mesmo depois dele ter saído do governo.” E voltou a falar a palavra mais tarde ao responder por que um dos filhos de Lula e um empresário amigo dele não foram denunciados: “mas nós precisamos lembrar que as investigações continuam, o trabalho do Ministério Público não termina aqui, as investigações continuam e se nós formarmos a convicção de que eles são responsáveis por esses crimes eles serão igualmente acusados.”

Assim, as frases “não temos provas, mas temos convicção”  ou a sua variação, “não temos como provar, mas temos convicção”, que passou a ser publicada em diversos sites e gerou memes, não foi dita pelos procuradores. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.