MP vai investigar sequestros de caminhoneiros durante a greve

Segundo o procurador da República Diego Fajardo chegaram relatos nos últimos dias de caminhoneiros que foram coagidos a não deixarem o local das paralisações, forçados a permanecer por dias em meio aos manifestantes

Estadão Conteúdo

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O Ministério Público Federal de São Paulo instaurou inquéritos para apurar denúncias de retenção e sequestro de caminhoneiros em concentrações de protestos no Estado.

Segundo o procurador da República Diego Fajardo chegaram relatos nos últimos dias de caminhoneiros que foram coagidos a não deixarem o local das paralisações, forçados a permanecer por dias em meio aos manifestantes.

“Chegou uma denúncia de São Bernardo do Campo de um cidadão que tinha um amigo preso há sete dias em Marília, em um protesto de caminhoneiros”, conta. Segundo ele, caminhoneiros faziam, até a noite de terça-feira, 29, grandes bolsões de estacionamento, dificultando assim a retirada de caminhões na cidade do interior do Estado.

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O procurador conta que, como estratégia, líderes grevistas coagiam transportadores de carga que passavam por ali a parar. Se levassem cargas sensíveis, como combustíveis, os caminhões eram estacionados em locais de difícil acesso da polícia, para evitar o cumprimento de resgates. Ele calcula que, nas concentrações, havia 80% de caminhoneiros coagidos e uma minoria de lideranças que os ameaçavam.

“No início era uma manifestação legítima, e provavelmente muitos dos que estão ali chegaram por vontade própria. O problema é que eles eram proibidos de sair”, afirma o procurador.

Esse era o cenário dos dois últimos dias. Nesta manhã, entretanto, Diego Fajardo afirma que a situação dos bloqueios já foi dispersada. Não há mais concentração de caminhoneiros e todos os envolvidos já foram liberados. Fajardo afirma que, com isso, os órgãos vão se dedicar agora a identificação dos responsáveis para que sejam aplicadas medidas cabíveis.

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O representante do Ministério Público afirma que há dificuldade na apuração dos casos, já que, quando a polícia chega ao local, as vítimas presentes permanecem em silêncio, com medo de sofrerem retaliações. A reportagem entrou em contato com um dono de posto de combustível na região de Marília. Ele esteve no local das manifestações para negociar a liberação de sua carga com grevistas, mas afirmou que não colaboraria com a reportagem por considerar perigoso.

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