Motta promete unir divergentes e confia em apoio do PT e do PL ao comando da Câmara

Hugo Motta pregou a "unidade" e disse que há "espírito público para unir os divergentes", ao comentar a disputa com os adversários, os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA)

Equipe InfoMoney

O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) pode suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara (Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) pode suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara (Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados)

Publicidade

Oficializado nesta terça-feira (29) como candidato do Republicanos à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (PB) pregou a “unidade” e disse que há “espírito público para unir os divergentes”, ao comentar a disputa com os adversários, os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA).

A declaração foi dada após uma reunião de integrantes do partido na sede do diretório nacional do Republicanos, em Brasília (DF). 

“Respeitamos os demais postulantes ao cargo. Temos reforçado sempre a nossa disposição de construir a convergência porque acreditamos que é isso o que vai acontecer até o final deste processo”, afirmou Motta, ao ser questionado sobre a disputa com Elmar e Brito.

“Isso porque há espírito público e disposição para poder unir os diferentes, para convergirmos em nome de um ambiente pacífico, para que a Câmara possa, acima de tudo, ter a maturidade para discutir os temas que são difíceis, em um Brasil radicalizado, como o que temos hoje”, continuou o deputado. 

Na sequência, Motta disse ainda que pretende fazer “campanha corpo a corpo”, a partir do momento em que os deputados retornem das eleições municipais a Brasília.

“Esses contatos irão se intensificar com cada deputado e cada deputada”, disse o parlamentar. “Vamos fazer uma campanha no corpo a corpo, ouvindo cada um, porque é dessa forma que nós construímos uma Câmara forte.”

Continua depois da publicidade

Na ocasião, Motta também afirmou que o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), é “fiador principal” da sua candidatura e afirmou que haverá uma responsabilidade de “imprimir a marca do Republicanos” na presidência da Câmara.

“Não conseguiríamos construir essa candidatura se não tivéssemos uma bancada forte, unida, que fala a mesma linguagem, e que está aqui dando mais uma demonstração de unidade”, afirmou.

Apoio de PT e PL

Hugo Motta afirmou ainda que acredita no apoio do PT à sua campanha, mas que respeita a “dinâmica” da legenda em não ter se posicionado ainda sobre a eleição para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL).

Continua depois da publicidade

“Preciso, antes de qualquer projeção de apoio deste ou daquele partido, dizer que nós respeitamos a dinâmica interna de cada legenda. Cada partido tem a sua maneira de se reunir. Para vocês terem uma ideia, só hoje nós reunimos o nosso partido”, disse o deputado.

“Às vezes, a ansiedade e a precipitação, ao invés de ajudar, pode acabar atrapalhando. Então, o PT está discutindo internamente. Nós respeitamos o tempo do Partido dos Trabalhadores, que tem a sua dinâmica e deve se reunir nesta semana”, afirmou Motta.

O líder do Republicanos também disse estar ciente de que o PT ouvirá seus adversários, o líder do PSD, Antonio Brito (BA), e o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).

Continua depois da publicidade

“É do processo democrático do Partido dos Trabalhadores. Mas nós temos a confiança de que, com as conversas que nós fizemos, com o diálogo que imprimimos nos últimos dias com lideranças do partido, que o PT caminhará conosco nesta disputa. Não tenho a menor dúvida disso”, afirmou.

Sobre o eventual apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, Hugo Motta também fez questão de demonstrar otimismo. 

“Absolutamente, eu vejo o PL como um partido que estará ao nosso lado. Nós temos conversado com o líder Altineu, com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, com o ex-presidente Bolsonaro, reafirmando o compromisso com a importância que o PL hoje tem na Casa. É o maior partido da Casa”, afirmou.

Continua depois da publicidade

“Vamos respeitar os espaços do PL, valorizar a bancada, termos a condição de dialogar sobre os temas que são importantes para essa bancada.”

8 de janeiro

Na sequência, Motta disse que a proposta que dá anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023 não deve ser o único elemento considerado ao negociar o apoio do PL.

Integrantes do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem a aprovação de um projeto que livra os condenados das penas aplicadas por envolvimento com as manifestações.

Continua depois da publicidade

Na ocasião, Motta foi questionado por jornalistas se a criação de uma comissão especial poderia afastar o PL de sua candidatura já que a tramitação será prolongada.

“Não vejo um assunto, por mais importante que seja, que é o PL da anistia, como o único ponto a ser levado em consideração, até porque nós não estamos assumindo compromisso contrário ao PL da anistia”, afirmou.

“Estamos dizendo que é um tema que será debatido e discutido, e o presidente da Casa decidiu, por essa complexidade, ter uma comissão para discutir só esse tema.”

Motta diz que 8/1 não pode acontecer de novo, mas cita ‘condenações acima do que seria justo’

Oficializado nesta terça-feira, 29, como candidato do Republicanos à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (PB) defendeu uma garantia de que os atos de 8 de janeiro não ocorram novamente, mas afirmou que não se pode permitir “injustiças” nas condenações dos envolvidos.

A declaração ocorreu após uma reunião de integrantes do partido Republicanos na sede do diretório nacional, em Brasília. Na ocasião, ele ressaltou a abertura de uma comissão especial para tratar da proposta que concede anistia aos condenados por envolvimento com aquelas manifestações.

“Essa comissão terá capacidade de, com muita responsabilidade, discutir esse tema que é tão importante, não diria apenas do ponto de vista político, mas até do ponto de vista da relação com o poder Judiciário”, declarou.

Motta continuou: “Tivemos um episódio triste, que foi o 8 de janeiro, mas também não podemos permitir que injustiças sejam cometidas, como pessoas que têm levado condenações acima daquilo que seria o justo para com a participação ou não dessas pessoas em um ato que aconteceu”.

O deputado acrescentou: “O Brasil precisa, de uma vez por todas, passar esse assunto a limpo e não permitirmos que isso aconteça novamente, já que foi, digamos, um triste episódio de agressão às instituições democráticas do país”.

(Com Estadão Conteúdo)