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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou para esta quarta-feira (10) a análise em plenário dos processos disciplinares contra os deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ).
A movimentação abre caminho para que, já na próxima semana, o plenário também analise os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Segundo interlocutores, a estratégia de Motta é acelerar a tramitação dos casos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e despachar diretamente para o plenário as decisões sobre perda de mandato, evitando que os processos se arrastem em meio ao calendário político e à pressão crescente após a prisão de Jair Bolsonaro.
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Os quatro parlamentares respondem a acusações distintas. Zambelli enfrenta processo por perseguição armada em 2022 e por participação em atos antidemocráticos, enquanto Glauber é acusado de quebra de decoro em confrontos com colegas e com a própria instituição.
Alexandre Ramagem é alvo de pedidos de cassação relacionados a condenação pelo Supremo Tribunal Federal, que envolvem a chamada “Abin paralela”, esquema que teria sido usado para monitorar ilegalmente autoridades e adversários políticos durante o governo Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, pode ter o mandato cassado pelo excesso de faltas. Segundo cálculos, o parlamentar já faltou a cerca de 70% das sessões deste ano.
A inclusão coordenada dos casos na pauta do plenário é vista como um movimento para dar resposta institucional rápida e evitar desgaste prolongado, num momento de forte tensão política.
Motta já havia sinalizado a líderes partidários que pretendia “destravar” processos acumulados e colocá-los sob deliberação do plenário, onde o placar é mais imprevisível, mas também mais definitivo.