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SÃO PAULO – O advogado Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o juiz federal Sérgio Moro discutiram durante audiência realizada na manhã desta segunda-feira (5) para ouvir o ex-deputado do PP Pedro Corrêa. A sessão se deu no âmbito de processo que o petista responde fruto da operação Lava Jato.
A confusão começou quando o advogado do ex-presidente perguntou à testemunha se confirmava uma afirmação feita em outro depoimento. O juiz interrompeu dizendo que o ex-deputado já havia respondido a questão. “O senhor vai negar que a testemunha responda a essa questão?”, indagou Zanin, alegando que o questionamento era relevante à defesa.
Moro, por sua vez, respondeu que a defesa estava confundindo a testemunha. O advogado de Lula continuou: “Vossa Excelência que parece que está respondendo no lugar da testemunha”. O juiz chegou a questionar se Martins estava querendo humilhar a testemunha, após o advogado de Lula perguntar a Corrêa se ele já havia sido condenado pelo juízo após cassação do mandato parlamentar. “Está indeferido, doutor. A defesa está querendo o quê? Humilhar a testemunha? Vossa Excelência está querendo humilhar a testemunha, é inapropriado. Esses são fatos notórios, que nós colocamos já no começo”, criticou Moro.
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O juiz, então, questionou se o advogado teria mais perguntas “sobre fatos” à testemunha. Zanin respondeu: “Eu fiz as perguntas. Se as perguntas infelizmente incomodam, eu lamento”. Sem mais perguntas do advogado do ex-presidente, a sessão se encerrou.
Durante a audiência realizada nesta manhã, o ex-deputado disse que estranhou o fato de Lula ter dito, em audiência, que não tinha feito nenhuma reunião com ele. A testemunha mostrou fotos de um dos encontros em que, dentre outros políticos, estava presente o ex-presidente. “Eu não era um desconhecido do ex-presidente Lula, como ele afirmou que não tinha nenhuma relação comigo. Eu vivia no Palácio do Governo e no Palácio do Planalto, porque eu era presidente do partido, e, consequentemente, participava pelo menos duas vezes por mês das reuniões do conselho político”, disse Corrêa.
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